Candidatos à Presidência da República, deputados, senadores e outros políticos se manifestaram no último domingo (10) repudiando atos de violência política e lamentando o assassinato do guarda municipal de Foz do Iguaçu (PR) Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos. Ele foi candidato a vice-prefeito da cidade pelo PT nas eleições de 2020. Arruda foi morto em sua festa de aniversário, cujo tema era PT, pelo policial penal federal Jorge da Rocha Guaranho.
Informação inicial da Polícia Civil do Paraná apontava que Guaranho também havia morrido. A corporação agora informa que ele está vivo em estado estável no hospital. O caso repercutiu entre políticos. O boletim de ocorrência da polícia informa que, segundo relatos de testemunhas, Guaranho era desconhecido de todos na festa. Ele chegou ao local de carro, acompanhado de uma mulher e uma criança. Com uma arma em punho, gritou “Aqui é Bolsonaro” e saiu.
Conforme os relatos que constam no boletim de ocorrência, vinte minutos depois, o policial penal retornou ainda armado e sozinho. A esposa do aniversariante, que é policial civil, se identificou no momento em que Marcelo Arruda também informou que era guarda civil e sacou sua arma. Foi quando Jorge Guaranho efetuou dois disparos na direção de Arruda.
Após o ocorrido, diversos candidatos à Presidência da República lamentaram o episódio. Ciro Gomes (PDT) classificou o caso como uma “tragédia humana e política que tirou a vida de dois pais de família em Foz do Iguaçu”.
“O ódio político precisa ser contido para evitar que tenhamos uma tragédia de proporções gigantescas. Que Deus, na sua misericórdia, interceda em favor de nós brasileiros, pacificando nossas almas, e traga conforto às duas famílias destruídas nesta guerra absurda, sem sentido e sem propósito”, afirmou.
A senadora e pré-candidata Simone Tebet (MDB-MS) se solidarizou com as famílias e disse que “adversário não é inimigo”. “Que o caso de Foz do Iguaçu/PR faça soar o alerta definitivo. Não podemos admitir demonstrações de intolerância, ódio e violência política”, escreveu.
O deputado federal e também presidenciável André Janones (Avante-MG) afirmou que “o debate ideológico sem qualquer base racional leva a tragédia que vamos lamentar profundamente”. “Ninguém vai conseguir explicar essa paixão que leva um ser humano odiar o outro por convicções políticas diferentes”, pontuou.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também emitiu nota condenando e lamentando as mortes. “Uma pessoa, por intolerância, ameaçou e depois atirou nele, que se defendeu e evitou uma tragédia maior. Duas famílias perderam seus pais. Filhos ficaram órfãos, inclusive os do agressor. […] Precisamos de democracia, diálogo, tolerância e paz”, escreveu. A publicação de Lula foi feita enquanto havia a informação inicial que Jorge Guaranho teria morrido em decorrência dos tiros que levou no episódio.
O deputado federal Luciano Bivar (União-PE), que também está na corrida presidencial, classificou o fato como inadimissível. “Esta doença ‘política’ contaminou nossa gente, até aqueles que amamos lá na casa da esquina”, frisou.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que é dever de todos, em especial dos líderes políticos, “lutar para combater este ódio”. “O assassinato de um cidadão, durante a comemoração de seu aniversário com a temática do candidato Lula, é a materialização da intolerância política que permeia o Brasil atual e nos mostra, da pior forma possível, como é viver na barbárie”, ressaltou.