No último fim de semana, o DJ Douglas Oliveira, residente de uma boate em São Gonçalo, sofreu um infarto com apenas 24 anos e reacendeu o debate sobre o uso indiscriminado de bebidas energéticas. Segundo o jovem, que trabalha quase todos os dias da semana, era um costume consumir energéticos para se manter acordado durante a noite.
Apesar de quase todos os membros da família de Douglas terem problemas cardiovasculares, Douglas contou que não sabia dos riscos. Ele trabalha de quarta a domingo na boate, em média 7h por dia, e costumava beber aproximadamente quatro latas de energéticos durante os eventos.
No último sábado, enquanto estava no exercício da sua função de DJ, o jovem sentiu fortes dores no peito, aceleração dos batimentos, falta de ar e perda dos sentidos. Quando socorrido, descobriu no hospital que havia sofrido um infarto.
“Mais cedo tinha consumido um refrigerante, às 22h. À 00h, um energético e às 2h outro energético. Não sabia que esta era uma mistura fatal. Logo após comecei a sentir os sintomas e avisei aos meus gerentes. Fui socorrido desacordado para o Pronto-Socorro de São Gonçalo, que fica na praça Zé garoto”, contou Douglas.
O DJ ainda informou que no pronto-socorro, foi entubado, medicado e realizou exames. Depois do ocorrido, Douglas quis deixar um alerta aos jovens que consomem muito energético durante a noite.
“O médico de plantão relatou que eu tive uma hiper aceleração cardíaca e que se eu demorasse mais cinco minutos, pela minha idade, eu teria sofrido um infarto fulminante. Logo após ser medicado e ter melhorado, fui direto para um hospital particular onde permaneci internado por um dia em observação. Salvaram minha vida no pronto-socorro”, explicou.
O cardiologista da Americas Medical City, Luiz Macedo, explicou que pessoas com histórico de doença cardiovascular devem evitar as bebidas energéticas. Segundo o especialista, a composição do energético é em grande parte cafeína associada a outras substâncias como taurina, ginseng, guaraná, entre outros estimulantes. Essa mistura faz com que haja uma alteração no sistema cardiovascular, por um aumento do tônus simpático, que é o nosso sistema nervoso autônomo.
“O uso dessas bebidas energéticos tem sido cada vez mais difundidas entre os jovens, principalmente, em festas, para aumentar a performance em atividades físicas e, as vezes, até mesmo para estudar. Não é uma bebida inócua, vem acompanhada de uma série de riscos. Ela propicia o aumento da pressão arterial, o aumento da frequência cardíaca, risco de arritmia, riscos de trombose coronariana, potencializado infarto e aumento do AVC”, contou Luiz.
Fonte: O São Gonçalo
