O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizou que a intenção do governo eleito é seguir tentando aprovar a PEC da Transição no Congresso. “É muito importante dar conforto para as famílias de que não haverá nenhum tipo de prejuízo do programa mais exitoso criado pelo presidente Lula de transferência de renda. Mas vamos perseverar no caminho da institucionalidade e da boa política”, disse Haddad, na manhã desta segunda-feira (19/12).
A fala vem após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, autorizar, na noite de domingo (18/12), ao relator do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI), a inclusão na peça de 2023 dos gastos necessários ao pagamento do Bolsa Família de R$ 600. Com isso, ele excluiu do teto de gastos recursos para custear benefícios sociais. A medida atendeu a um pedido da Rede Sustentabilidade.
“Eu sempre jogo no plano A, que é o que dá robustez, indica um caminho”, argumentou Haddad. “Vamos tomar medidas logo no começo do ano para resolver o rombo que foi herdado desse governo.” Haddad pondera que há um problema generalizado na área da previdência social. “Durante o processo eleitoral retiraram os filtros do cadastro e colocaram todo mundo para frente. Isso (teve) um impacto entre R$ 16 bilhões e R$ 22 bilhões, só na previdência. Precisamos ter muita cautela com os números, porque o rombo deixado não é só no Bolsa Família.”
Com a decisão do ministro Gilmar Mendes, o novo governo ganha uma nova saída para a continuação do pagamento do auxílio, que não dependa da aprovação da PEC, ainda pendente de aprovação na Câmara e em negociação por cargos na nova gestão.
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