A intervenção do Hospital Regional Darcy Vargas HRDV), localizado em Rio Bonito, decretada em junho de 2021, pode estar com os dias contados. Em reunião realizada no último dia 19, convocada pela interventora da unidade, a advogada Cátia Lemos, com empresários e comerciantes da cidade, foram apresentadas propostas para devolver o hospital à população, porém, sob um novo estatuto, com novos sócios e uma nova diretoria escolhida por eles. O encontro aconteceu no teatro da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Rio Bonito.
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De acordo com ela, a intenção da reunião foi apresentar uma proposta de retirada da intervenção, ou seja, uma transição da intervenção para a nova diretoria, que deverá ser escolhida pelos futuros e antigos sócios, se assim desejarem. “Apresentamos uma nova proposta da retirada da intervenção, para um novo estatuto e trazer a população para o hospital, nós temos que unir forças para salvar o nosso hospital”.
Cátia disse que esse novo estatuto já está pronto e sendo analisado pelo Ministério Público e que vários pontos são diferentes do atual, como por exemplo o valor mensal de contribuição.
“Tem bastante coisa que muda, primeiro a taxa (de contribuição mensal), que antes era simbólica, de R$ 20. A pretensão seria de 20 a 30% de um salário mínimo, na verdade o intuito é selecionar quem quer verdadeiramente se responsabilizar com o hospital. Outra mudança é a mesa diretora, que seria escolhida pelos próprios funcionários e os novos associados. Quem estiver de acordo com o estatuto e puder contribuir, pode, tanto os antigos quanto os novos (associados), funcionários, quem quiser. A intenção é que realmente consigamos salvar o hospital, porque até então estaria de portas fechadas”, pontua ela.
Ela ainda completou dizendo que com as mudanças propostas, a unidade ficaria longe da política. “O hospital teria autonomia, como sempre teve, é uma instituição filantrópica e não tem cunho nenhum político. Implantaram uma política lá dentro enraizada de anos e o nosso objetivo é tirar a política de dentro do hospital porque nós sabemos que é isso que está acabando com ele. A partir do ano que vem, vínculo nenhum, nem com esse, nem com nenhum (governo)”, enfatizou.
Quando assumiram a administração do hospital, em maio deste ano, a interventora conta que os salários dos funcionários estavam atrasados e os pagamentos de alguns fornecedores também.
“Quando nós chegamos, eram três meses de médicos sem pagamento, quem trabalhava de CLT, dois meses, os fornecedores, os colaboradores, todos sem pagamento, pagava-se alguns em específico. Nós colocamos os CLTs e os médicos em dia, estamos voltando com as cirurgias eletivas, parcelamos boa parte da dívida e estamos pagando daqui pra frente em dia. Temos que unir forças, temos que entender que o hospital é nosso, não tem mais como bater nele porque o hospital não tem carga mais para apanhar”, explicou.
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Por Lívia Louzada