Problemas circulatórios aumentam no inverno, alerta especialista; coronavírus exige mais atenção

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Com a aproximação do inverno, a atenção à saúde deve ser redobrada, pois as baixas temperaturas podem influenciar diretamente no sistema vascular da população, uma vez que, na tentativa de manter o corpo aquecido, os vasos sanguíneos se contraem em um mecanismo chamado vasoconstrição. Consequentemente, o sangue tem mais dificuldade para circular e chegar às partes extremas do corpo, como pernas e pés.

Por isso, pessoas que moram em regiões mais frias, naturalmente, devem preocupar-se com a saúde vascular durante todo o ano.

Essas condições deixam o organismo mais propício a desenvolver o fenômeno de Raynaud, em que o estreitamento dos vasos sanguíneos reduz o fluxo sanguíneo para as extremidades e determina uma diminuição da oxigenação dos tecidos. “A pele pode ficar fria, pálida ou cianótica (arroxeada). Sintomas como dor e formigamento persistentes, além de feridas nos dedos, devem alertar para a necessidade de avaliação com um cirurgião vascular, pois denotam maior gravidade do quadro”, afirma o médico Luciano Amaral Domingues, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular.

De acordo com o especialista, a doença acomete de 3% a 5% da população, mas as probabilidades aumentam em mulheres jovens e pessoas que sofrem com estresse emocional e ansiedade. Outros problemas vasculares, como a doença arterial obstrutiva periférica (Daop), a isquemia cardíaca e a hipertensão podem se agravar nos períodos de frio intenso. Fatores preexistentes como a obesidade, colesterol alto, diabetes e tabagismo também contribuem para o surgimento de doenças cardiovasculares.

Exercícios físicos

Luciano Domingues destaca que exercícios físicos são aliados na manutenção da circulação sanguínea. É importante que, mesmo no inverno e com a situação de isolamento social, as pessoas pratiquem exercícios físicos regularmente em casa, para evitar o comprometimento da circulação sanguínea, sobretudo as que têm predisposição à trombose venosa profunda.

“As principais dicas para a diminuição desse risco são manter a hidratação corporal, bebendo bastante água, evitar bebidas alcoólicas, tabagismo e o uso de roupas muito apertadas. E, principalmente, fazer caminhadas, mesmo dentro de casa, exercícios na ponta dos pés com extensão e flexão, assim como movimentos para alongar as pernas, mesmo estando sentado”, afirma o médico.

Segundo Domingues, nas baixas temperaturas, o aquecimento e o alongamento antes das atividades físicas  são indispensáveis. Também é indicado acompanhar a frequência cardíaca, pois é comum que no frio o coração trabalhe mais intensamente para manter o calor do corpo. Então, ao perceber que os batimentos estão muito acelerados, deve-se fazer uma pausa ou diminuir o ritmo das atividades.

A doença não tem relação com a covid-19, que é causada pelo novo coronavírus. “O fenômeno de Raynaud não parece ter relação com contágio ou gravidade da covid-19”, salientou o médico.

Tratamento de varizes

Apesar dos inúmeros cuidados, o frio pode ser um aliado na diminuição dos sintomas de alguns problemas vasculares. E, também, favorável ao tratamento de vasinhos e varizes, uma vez que o paciente, após os procedimentos, deve evitar a exposição ao sol.

“O frio não é só o vilão nas doenças vasculares. Varizes, linfedema [inchaço causado por deficiência na drenagem da linfa] e pacientes com sequelas de tromboses em geral têm mais sintomas no verão, pois o calor que gera a vasodilatação pode agravar os sintomas”, explica Domingues.

Fonte: Agência Brasil 

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