Uma van com cinco turistas da Colômbia e da Argentina que seguia para o Cristo Redentor, no Corcovado, foi alvo de criminosos armados na Estrada das Paineiras, na manhã desta terça-feira. Entre as vítimas está um policial argentino. O crime aconteceu por volta das 8h quando o veículo passava perto do Trevo do Dona Marta e foi interceptado por tês criminosos com pistolas. Um deles foi direto para o compartimento onde ficam bolsas e mochilas dos visitantes, abaixo dos assentos, conforme informou uma das vítimas.
Além do motorista e da guia turística, estavam na van um casal colombiano e três amigos que vieram da Argentina. Os argentinos tiveram duas mochilas com documentos, cartões de crédito, “pau de selfie”, uma câmera GoPro, um celular e a chave de um veículo que foi alugado levados.
O casal de Medellín teve roubado documentos, passaporte e celular. O prejuízo não foi maior porque o grupo conseguiu perceber a aproximação dos criminosos e escondeu celulares e alguns pertences. Quem teve as identidades levadas, como o policial argentino, terá que se dedicar a conseguir documentação para voltar ao país de origem.
Policiais do Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas(BPTur) foram chamados, mas os criminosos já tinham fugido. A Delegacia Especial de Atendimento ao Turista (Deat) investiga o crime e faz diligências em busca de imagens e informações que levem a autoria do crime. A van vai passar por perícia para tentar identificar digitais dos assaltantes.
‘Me senti um pouco impotente’, diz policial argentino
O policial do distrito de Entre Rios, na Argentina, Emannuel Vergara, 31, conta que se sentiu impotente durante a ação dos bandidos. Ele conta que precisou deixar o porte de arma em Buenos Aires, onde atua.
“Me senti um pouco impotente ao ver que estava em desvantagem diante dos assaltantes e havia outras pessoas no veículo. Fiquei preocupado de que alguém se negasse a entregar os pertences, mas todos entregaram”, falou.
Vergara elogiou o trabalho da polícia fluminense. “Se empenharam com boa disposição para tomar a denúncia e buscar resolvê-la”, disse. Ele acrescentou que não esperava ter sido assaltado no passeio desta terça-feira, mas disse que é consciente que sempre se está propenso ao risco na rua.
Amigo do policial, o argentino Maximiliano Rherrera, 35, conta que sempre ouviu falar que o Rio era uma cidade insegura, mas se encantou com a capital no ano passado. Visitou a Lapa e algumas favelas, sem enfrentar nenhum problema. Desta vez, trouxe o casal de amigos Belém Telotti, 26, esteticista, e o policial Emmanuel e viu de perto a violência da capital, onde menos esperava.
Ele, que está hospedado com o grupo em Copacabana, disse que toma cuidado ao andar pela Lapa e adjacências. Mas se sentia seguro no tour turístico contratado pela manhã.
Maximiliano conta que o grupo que vai embora amanhã desistiu dos passeios ao bondinho e ao Pão de Açúcar que estavam planejados. Ele conseguiu esconder o celular embaixo da poltrona quando avistou homens armados, mas perdeu mochila, assim como Emmanuel, com documentos, cartão e um “pau de selfie”. A esteticista Belém Telotti conseguiu esconder a mochila. O grupo entrará em contato com a embaixada argentina no Rio para pedir apoio para conseguir a documentação para retornarem à Buenos Aires.
Namorados sonhavam em conhecer o Rio
Namorados, a estudante de Comunicação Organizacional Vanessa Blanco, 22 anos, e o engenheiro de sistemas Juan Daniel Ortez, 30, de Medellín, na Colômbia, conta que a viagem ao Rio era sonhada e que o casal está abalado com o transtorno de perder documentação, inclusive passaporte com visto americano, e celular, além da exposição à violência. O casal está com a passagem de volta marcada para o próximo sábado.
“Me senti muito nervosa e assustada. A viagem era muito sonhada. Agora, não podemos fazer mais nada. É correr atrás da documentação e esperar os dias passarem para voltar á Colombia”, conta.
Apesar da experiência, Vanessa pondera que o Rio é lindo, e que não desaconselharia ninguém a vir. Mas, reforçaria que é necessário tomar muito cuidado. “O Rio é um lugar muito lindo. A gente adora. Mas diríamos ás pessoas que tomem muito cuidado. Para andar só com o necessário para não perder passaportes, por exemplo. Ficamos muito abalados de perder tudo. Mas vamos tentar aproveitar os próximos dias na cidade”, conta.
Fonte: Jornal O Dia