Profissionais da saúde e educação falam sobre ‘brincadeira’ que viralizou entre adolescentes

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Uma brincadeira de mau gosto está viralizando entre os adolescentes nas escolas do Brasil. O desafio chamado de ‘roleta humana’ tem a finalidade de juntar 3 pessoas e 2 delas giram o corpo da terceira pessoa como se fosse dar uma rasteira, fazendo com que todo o corpo do indivíduo bata no chão. Depois que vídeos com adolescentes praticando o desafio, que pode levar a morte, começaram a se multiplicar nas redes sociais, o caso alarmou mães e pais.

No começo de novembro, foi divulgada a primeira vítima desse desafio que proporciona alto risco entre os adolescentes. A estudante Emanuela Medeiros da Costa, de 16 anos, sofreu traumatismo craniano encefálico (TCE) após bater fortemente a cabeça no chão durante a brincadeira.

A família da vítima informou na época que a menina estava brincando com os colegas de classe durante o intervalo. Ela chegou a ser socorrida, passou por uma cirurgia, mas não resistiu e faleceu. Essa nova ‘moda’ entre adolescentes têm preocupado pais que estão buscando orientações para saber como agir nessa situação.

O professor Eduardo Henrique Cordeiro, mestre em Geografia física pela Universidade do Rio de Janeiro (UERJ), sugere ter um diálogo franco com os filhos. “Os pais precisam conversar francamente com os filhos e,  enfatizar que essa  brincadeira não tem nada de engraçado e pode causar lesões muito graves. É extremamente importante que os pais orientem seus filhos a não participarem de nenhum tipo de brincadeira que coloquem a sua integridade física em perigo”, diz ele.

O educador contou ainda que ficou chocado quando viu os vídeos da ‘brincadeira’. “Não tem nada de sadio e o risco de traumatismo cranioencefálico (TCE) é imenso, pois os participantes caem no solo com choque direto da parte posterior do crânio sem chances de defesa ou reação. Seguramente, os riscos de lesões no crânio são imensas e as consequências podem ser irreversíveis, como adquirir dificuldade para caminhar, falar, enxergar e ouvir, além de trazer dificuldades para movimento com os membros superiores e inferiores etc.”

Eduardo opina que as escolas assumem um papel importante para realizar ações preventivas. “Por meio de suas equipes pedagógicas, as instituições escolares  devem fazer  reflexões com os alunos, durante o período de aulas, sobre as consequências da atitude, que coloca em risco a integridade física dos seus participantes”. Ele ainda completa: “A médio  prazo, as escolas necessitam planejar uma abordagem mais eficiente. Porque lamentavelmente, a cada ano surge uma nova brincadeira dessas. É muito de modismo, da novidade que eles vão lá repetir. Cabe a nós, a missão de  alertar dos riscos”.

O SÃO GONÇALO conversou também com a psicóloga clínica e pedagoga, Amanda Marins Aguiar. Assim como o professor Eduardo, ela também acredita que a conversa seja fundamental nesse momento. “O melhor caminho é através de um diálogo franco e aberto,onde as  crianças e os adolescente não sinta-se repreendidos ou desafiados.É preciso que pais e responsáveis estabeleçam um vínculo de confiança, para que a criança e o adolescente não tenham tabus entre seus familiares e responsáveis e fiquem a vontade em falar sobre qualquer assunto”.

A psicóloga, especializada em Psicologia Escolar e Inclusão e Psico-Oncologia, diz que a adolescência é uma faixa etária que está mais vulnerável a propagar esse tipo de brincadeira por ser uma fase de descobertas e auto afirmação. “A necessidade de pertencer a um grupo,faz com que o adolescente acabe por seguir “as tendências”, sem nenhum juízo de valor”, finalizou ela.

Fonte: Jornal O São Gonçalo

 

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