Pesquisa da Uerj mostra que casos de ansiedade e estresse aumentaram durante a pandemia do coronavírus

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Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) mostrou que, durante a pandemia, o número de casos de ansiedade e estresse aumentaram, assim como os de depressão. A pesquisa ouviu 1.460 pessoas em 23 estados.

A cabeleireira Hamilce Teixeira precisou reunir forças para tratar a depressão e seguir a vida na quarentena. Admitir o problema é o primeiro passo.

“Eu era muito ativa. Trabalho em salão. Sou muito alegre. E, de repente, isso mudou. Pelo fato do isolamento, de não poder sair. Comecei a ficar triste. Eu fiquei muito preocupada, assustada”, contou a cabeleireira.

Longe de parecer com um descanso, o isolamento pode provocar tristeza profunda e fez aumentar a procura pelos consultórios de psicologia. Segundo especialistas, é preciso procurar ajuda aos primeiros sinais.

“O coronavírus é um grande inimigo da humanidade mas para nós psicólogos e os psiquiatras, o maior inimigo são os pensamentos negativos. É a falta de esperança. Porque não existe sistema imunológico que fique forte diante de uma mente que esteja passando por isso. Cuidar da saúde mental é, hoje, tão importante quanto cuidar da saúde física”, explicou a psicóloga Flávia Freitas.

Os casos de depressão praticamente dobraram durante a pandemia, de acordo com a pesquisa. O isolamento, a preocupação com a saúde e com o trabalho também agravaram outros problemas, como o estresse e a ansiedade. Os sintomas aumentaram 80%.

“O estresse causado por uma doença que pode matar e o desconhecimento sobre esta doença, inclusive das instâncias superiores, os órgãos que tomam as decisões, geraram um nível de insegurança nas pessoas. E esta ansiedade, esta insegurança das pessoas aumenta o nível de estresse, causando este tipo de comprometimento”, explicou Alberto Filgueiras, professor de psicologia da Uerj.

Entre os fatores de risco estão a má alimentação e o sedentarismo. A conclusão é que o problema afeta mais as mulheres durante a quarentena.

Profissionais de saúde

A questão não afeta somente as pessoas que estão em isolamento social, mas também as pessoas que estão na linha de frente do combate à doença.

“Ficar isolado em quarentena, mas com alguém, com a sua família, em um lugar que seja agradável para você, não é tão ruim como o profissional de saúde que precisa sair para combater a Covid-19 de frente, ou alguém que trabalha no transporte público. Pessoas que saem para trabalhar, crianças que vão para a escola. Provavelmente estas pessoas vão ficar mais preocupadas caso tenham em casa ou sejam pessoas de risco para a letalidade, caso venham contrair o coronavírus”, explicou o professor.

Buscar ajuda é a palavra de ordem para combater o desânimo e os pensamentos ruins.

“A terapia, para mim, é um grande caminho. E é um especialista que vai te direcionar para o seu problema. Cada um tem uma chavezinha que vai virar e que te leva para alguns caminhos. E, às vezes, a gente foge e te leva para um caminho torto. E não sabe como voltar”, contou a paciente Manuela Falcão.

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