Enquanto as autoridades se preocupam com o surgimento dos dois primeiros casos positivos de pessoas infectadas pelo coronavírus em Itaboraí, os traficantes de drogas de Vila Brasil, em uma das regiões da cidade, tentam usar barricadas para como forma de ‘isolamento social’, mas para tentar evitar a circulação de rivais milicianos e da polícia. Equipes d o 35ºBPM (Itaboraí) estiveram, na tarde de sábado (28), em Vila Brasil e retiraram algumas barreiras que foram feitas em ruas daquela região. O comando da unidade informou que fará ações semelhantes, com mais rotina, para não deixar que os criminosos, ligados o ‘Comando Vermelho’ (CV) mantenham a ‘quarentena’ no local.
levantamentos de setores de inteligência da área de segurança pública apontam que os traficantes de Itaboraí tentam retomar algumas regiões perdidas para milicianos do grupo liderado por Orlando Oliveira de Araújo, o ‘Orlando de Curicica’, que desde o ano retrasado, se expandiram ao município, pensando no crescimento econômico, imobiliário e empresarial decorrente da construção do Complexo petroquímico do Rio de Janeiro. A quadrilha conseguiu arregimentar um grande número de policiai, que passaram a expulsar os rivais do Centro, Nancilândia, Porto das Caixas, Vila Brasil e Visconde. Até o ano passado, o único reduto que os traficantes conseguiram manter foi no Complexo da Reta. As investigações aponta, que mesmo preso em outro estado, ‘Orlando de Curicica’ ainda tenha ligações com milicianos na cidade e em outras da capital e do Grande Rio.
Os milicianos, no entanto, ficaram enfraquecidos a partir de julho de 2019, com as ações da polícia e do Ministério Público (MP), com a decretação da prisão de mais de 70 pessoas, entre civis, policiais militares e até mulheres, que trabalhavam na milícia de Itaboraí. Além de arrecadar mais de R$ 200 mil por mês, o grupo também, segundo as investigações, foi responsável por cerca de 50 mortes, chegando a montar cemitérios clandestinos para ocultar os corpos das vítimas.