Insatisfeitos com atos de comunidades da Zona Norte do Rio, cúpula de facção faz intervenção e troca o comando da região

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Depois de relatos de torturas de moradores gravadas em vídeo e publicadas em redes sociais, extorsões de comerciantes, assaltos em série – apesar de uma determinação da cúpula da facção para que as quadrilhas parassem com os roubos -, a geopolítica do crime no Rio de Janeiro sofreu uma mudança importante na tarde da última sexta-feira (17). De acordo com informações de inteligência das polícias Civil e Militar, um grupo de pelo menos quatro carros com homens armados saiu do Complexo da Penha e foi até Manguinhos para uma espécie de intervenção.

As informações que chegaram a investigadores indicam que a intervenção serviu para o traficante Alexander de Jesus Carlos, o Choque, perder o controle de duas regiões:a favela de Manguinhos e o Complexo de São João, ambos na Zona Norte da cidade.

Preso em Bangu 3, Choque havia herdado as áreas de Fábio Pinto dos Santos, o Fabinho São João – que está preso na mesma cadeia no Complexo de Gericinó – mas que insiste em dizer que não tem mais nada a ver com o crime .

Nas ruas, Manguinhos estava sob o comando de Fábio Gonçalves da Silva, o Fabinho Bernard. Houve festa e até queima de fogos na região. “O ritmo do Choque era opressão. Eles estavam agindo como milicianos, cobrando taxa em tudo, trocando o gatonet”, conta um morador que vive na favela há mais de três décadas.

A intervenção no controle de Manguinhos e do São João foi feita por Wilton Carlos Rabelo Quintanilha, o Abelha, chefe do Comando Vermelho. Escondido na Penha desde que saiu da cadeia irregularmente – havia um mandado de prisão pendente e, mesmo assim, foi solto pela Secretaria de Administração Penitenciária, em julho do ano passado -, ele é hoje a voz mais forte da maior facção do estado nas ruas.

Abelha tem como braço direito hoje um bandido criado na favela de Manguinhos: William Souza Guedes, que tinha o apelido de Chacota e agora é chamado de Corolla.

O criminoso também estaria no “bonde” que chegou em Manguinhos na tarde de ontem para fazer a intervenção. Corolla tem nove mandados de prisão – um deles pela morte do policial militar Daniel Henrique Mariotti, no início de 2019.

Segundo investigações, o clima para a cúpula do Manguinhos começou a ficar ruim depois do episódio do réveillon, quando uma adolescente levou um tiro de fuzil na mão.

Nas redes sociais, circulou a informação de que ela havia sido punida por ter furtado um celular em Copacabana. As investigações da polícia, no entanto, indicam que ela foi baleada por um criminoso após não aceitar os assédios de um traficante da favela.

Dias depois surgiu um vídeo nas redes sociais em que dois moradores recebiam o mesmo castigo. A cúpula da facção não gostou da propaganda bizarra. Pior: os gerentes da favela teriam mentido, dizendo que a gravação não teria ocorrido na região. Foi o estopim para que a cúpula do CV determinasse a intervenção na favela.

Crédito: g1.globo.com

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