A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta sexta-feira (18). Os agentes recolheram materiais nas residências e na sede do Partido Liberal (PL) em Brasília. A operação, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, implementa medidas cautelares, como uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar entre 19h e 7h (inclusive fins de semana), proibição de acesso às redes sociais, de contato com embaixadores e diplomatas estrangeiros, e de comunicação com investigados no mesmo processo — entre eles, seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro.

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A investigação decorre de um processo instaurado no STF envolvendo Bolsonaro e outras pessoas. Em nota oficial, a PF confirmou a apreensão de valores em espécie – inclusive cerca de US$ 14 mil –, de celulares e de um pen drive, que agora serão submetidos à perícia.

Resumo das medidas cautelares aplicadas:

• Uso de tornozeleira eletrônica
• Recolhimento domiciliar noturno (19h às 7h), inclusive aos fins de semana
• Proibição de uso de redes sociais
• Proibição de contato com embaixadas, diplomatas e outros investigados
• Impossibilidade de falar com Eduardo Bolsonaro

Defesa de Bolsonaro reage com “surpresa e indignação”

A defesa do ex-presidente divulgou nota reprovando as medidas: “recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário. A defesa irá se manifestar oportunamente, após conhecer a decisão judicial”. O senador Flávio Bolsonaro, também filho de Jair, declarou no X que acusações de abuso de autoridade por parte de Moraes, afirmando que as restrições representam “ódio” e uma “humilhação proposital”.

Contexto político e repercussão

A operação ocorre em meio à crescente tensão entre Brasil e Estados Unidos, impulsionada por ameaças de aumento tarifário dos EUA atribuídas à suposta “caça às bruxas” contra Bolsonaro e suas alianças internacionais. O deputado Eduardo Bolsonaro ilustrou essas tensões em post em inglês, em que destacou as medidas impostas pelo STF, incluindo a proibição de falar com ele e outros investigados.

O que esperar agora

Após a instalação da tornozeleira, a PF e o STF devem acompanhar o cumprimento das medidas até o julgamento do caso que envolve Bolsonaro e a suposta trama golpista,  cujo desfecho pode resultar em pena de detenção. Nesta fase, as próximas movimentações dependerão dos autos do processo e de eventuais recursos apresentados pela defesa.

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