Um adolescente de 14 anos foi apreendido acusado de assassinar a tiros os pais e o irmão de 3 anos enquanto dormiam, no último sábado (21), em Itaperuna, no Noroeste Fluminense. Ele foi capturado por policiais civis da 143ª DP (Itaperuna) na última quarta-feira (25). Segundo a Polícia Civil, o menor confessou o crime e disse que matou os pais porque eles não deixaram o filho viajar para o Estado do Mato Grosso para se encontrar com a namorada de 15 anos.
De acordo com o delegado Carlos Augusto Guimarães, titular da 143ª DP (Itaperuna) ao jornal Extra, o menor foi apreendido após investigação que teve início com o registro do desaparecimento da família, feito pela avó paterna. Ela compareceu à delegacia na terça-feira (24) acompanhada do neto, após dias sem conseguir contato com o filho e a nora.
Na ocasião, o adolescente relatou que o irmão teria se ferido ao engasgar com um caco de vidro, e que os pais teriam saído de casa com ele, usando um carro de aplicativo, para buscar atendimento médico — mas não retornaram. Os policiais percorreram hospitais da cidade, mas não encontraram nenhum registro da entrada da família.
Diante das inconsistências no relato, uma equipe da Polícia Civil realizou perícia na residência da família na manhã de quarta-feira. No imóvel, foram encontradas manchas de sangue no colchão do casal, roupas com vestígios de sangue e pontos queimados, além de forte odor vindo de uma cisterna que ficava na casa. Os corpos das vítimas estavam escondidos no local.
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Após a localização dos corpos, o adolescente confessou os crimes. Ele declarou ter atirado na cabeça do pai e da mãe enquanto dormiam, e no pescoço do irmão. Segundo o delegado, o jovem afirmou que matou o irmão para “poupá-lo da perda dos pais”.
O adolescente revelou ainda que dormia no quarto dos pais por ser o único com ar-condicionado. Na noite do crime, tomou um pré-treino para se manter acordado e, após esperar todos dormirem, pegou a arma do pai, escondida sob o colchão, e executou a família. Depois, usou produto de limpeza para ajudar a arrastar os corpos até a cisterna, onde os escondeu.
“Pelo que a gente percebeu na casa, a cisterna ficava entre 4 a 5 metros de distância do quarto. Não era muito longe” — disse o delegado.
A motivação do crime, segundo a Polícia Civil, pode estar ligada ao relacionamento virtual do adolescente com uma jovem de 15 anos, moradora do Mato Grosso. A família do menor desaprovava a relação e teria proibido a viagem ao estado. A polícia investiga se o jovem agiu por conta própria ou se sofreu influência ou pressão da adolescente.
Durante a perícia, foi encontrada uma bolsa de viagem pronta, contendo os celulares das vítimas. Segundo o delegado, o menor relatou ter conhecido a suposta namorada por meio de jogos online, mas não deu muitos detalhes sobre a identidade da garota.
A arma usada no crime foi localizada na casa da avó do adolescente. Ela contou aos policiais que encontrou o objeto na residência do neto e o recolheu por receio de que ele pudesse se machucar. A polícia acredita que a avó não teve participação no crime e não sabia do ocorrido.
“Ele foi muito espontâneo ao contar como cometeu os crimes. É um menino frio, sem remorso. Perguntamos se ele se arrependia, e ele disse que não, que faria tudo de novo. As respostas que ele nos deu foram rápidas e o tempo todo ele se autoafirmava como homem. Tinha um “que” de psicopatia. Ele pode ter premeditado tudo ou é um menino muito inteligente”, concluiu o delegado.
*Com informações do jornal Extra
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