Usando um simples detector de metais, um arqueólogo amador encontrou, no sudoeste da Dinamarca, um tesouro enterrado com 22 objetos de ouro do século VI, antes da época dos vikings.
“É composto de objetos de ouro, incluindo um medalhão do tamanho de um pires. Há muitos símbolos, alguns dos quais desconhecidos. Isso nos permitirá expandir nosso conhecimento sobre os homens daquela época”, explicou à AFP Mads Ravn, diretor de pesquisa do museu de Vejle, que vai expor as peças.
O tesouro, pesando pouco menos de um quilo, foi descoberto perto da cidade de Jelling, considerada pelos historiadores o berço dos reis da era Viking, entre os séculos VIII e XII.
De acordo com o museu, este é um dos “maiores, mais ricos e mais bonitos tesouros de ouro da história dinamarquesa”.
A descoberta desse arqueólogo amador ocorreu há cerca de seis meses, mas havia sido mantida em segredo até agora.
Alguns objetos têm motivos rúnicos (relativo aos mais antigos alfabetos escandinavos e germânicos) e inscrições que podem referir-se a soberanos da época, mas também fazem lembrar a mitologia nórdica.
Uma peça representa o imperador romano Constantino, do início do século IV. “É o simbolismo representado nesses objetos que os torna únicos, e não a quantidade”, disse Ravn.
Segundo o museu, algumas peças foram feitas de uma maneira nunca antes vista. Por isso a descoberta é tão celebrada.
De acordo com as primeiras análises, o tesouro poderia ter consistido em uma oferenda aos deuses feita por um nobre local numa época em que o clima do norte da Europa havia sido agravado por uma erupção vulcânica na Islândia em 536 que cobriu o céu de cinzas.
O tesouro será exposto no museu de Vejle a partir de fevereiro. Ele fará parte da exposição viking de Vejlemuseerne, que conta a história das conexões orientais de Harald Blåtand e da formação inicial do reino que criou a base para a dinastia Jelling.
Crédito: g1.globo.com