A defesa do ator e estudante de gastronomia, Bernardo Marins, de 20 anos, entrou com um requerimento de instauração de inquérito na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, após o jovem alegar ter sido vítima de racismo, no Hipermercado Extra, de Alcântara, em São Gonçalo. Além de atuar, ele trabalha como confeiteiro e cake designer, e na última terça-feira (18) foi até o estabelecimento para comprar ingredientes que usaria no próprio bolo de aniversário.
Segundo Bernardo, assim que entrou no mercado, o segurança começou a segui-lo e enviar mensagens de rádio pedindo para que analisassem nas câmeras se ele havia roubado alguma coisa. Depois de pagar pelos produtos, o jovem pediu para chamarem o gerente.
“Chamei o gerente e falei com o gerente sobre o ocorrido e ele falou que não era racismo que o segurança só estava andando pelo mercado e que não era comigo. Fiquei indignado pois o gerente era pior que o segurança e resolvi ir embora. Saindo do mercado o segurança veio atrás de mim e me chamou de “ladraozinho”, contou o rapaz.
As ofensas, então, continuaram: “Eu fui até ele perguntar qual é o problema e o porquê dele estar me acusando de roubo sem provas. Pedi para que me revistasse e ficamos no bate boca até que ele me perguntou se eu achava que ele era cego, insinuando que eu tinha pegado algo. Fui até o gerente e pedi para me revistarem e que provassem que eu tinha pegado algo, mas não quiseram me revistar e o gerente saiu em defesa do funcionário e me perguntou se eu frequentava o mercado porque ele poderia estar atrás de mim por já ter marcado a minha cara.”
A defesa de Bernardo Marins tentou registrar a ocorrência na 74DP, a delegacia de Alcântara, mas o pedido foi negado pelos agentes. O jovem faz teatro há 10 anos e já trabalhou em filmes, novelas, séries, além de fazer figurações.
Até o momento o Extra não se pronunciou sobre o caso.