Com a flexibilização da quarentena em algumas cidades, o brasileiro começa a conviver com o chamado “novo normal”. Isso inclui também o vestuário. Foi pensando nisso que a catarinense BeCauz lançou o chamado Kit Hope Fashion, composto por máscara e camiseta, que protege contra bactérias e vírus como influenza, herpesvírus e o novo Coronavírus (SARC-Cov-2). Trata-se da primeira solução do mercado nacional em roupas que garantem proteção total por todo o tempo útil das peças.
O produto já está disponível para pré-venda e a distribuição está prevista para o dia 15 de julho. Metade do lucro desta ação será destinada para o G10 Favelas, bloco nacional de líderes e empreendedores de impacto social de favelas.
Tecnologia do fio
O fio utilizado na máscara e nas camisetas é manufaturado e fornecido pela Coltex, que usa tecnologia da Rhodia, empresa do grupo Solvay, e recebeu o nome de Amni® Virus-Bac OFF. Esse fio de poliamida funcional bloqueia a contaminação cruzada entre os artigos têxteis e o usuário, evitando assim que a roupa seja veículo de transmissão de vírus e bactérias que podem estar em uma superfície têxtil.
No processo de desenvolvimento do Kit Hope Fashion foram pesquisadas várias alternativas de tecido para serem usados em cada item. O grande problema é que as soluções disponíveis – e até mesmo as em desenvolvimento já anunciadas – garantem uma proteção entre 20 e 50 lavagens. O que pesou na escolha do tecido da Coltex foi a garantia de proteção para quem gosta de usar as mesmas peças de roupa por um bom tempo, mesmo após várias lavagens.
Os tecidos que possuem esse fio antiviral foram fornecidos pela Coltex Têxtil, que submeteu as peças a testes de laboratório que seguiram os protocolos internacionais da norma ISO 18184 (Determination os Antiviral Activity of Textile Products) e ação antibacteriana comprovada de acordo com as normas têxteis internacionais AATCC100.
Roupas antivirais
A ação que bloqueia o vírus se dá em razão da atuação do agente antiviral presente na matriz polimérica do fio de poliamida Rhodia que tem afinidade eletrônica com regiões de proteínas da estrutura externa do vírus. Isto impede a hospedagem em células humanas, bloqueando a contaminação. O agente viral também tem atuação no envelope lipídico (gordura) do vírus envelopado. Quando acontece este rompimento, o material genético do vírus é exposto e o coronavírus é inativado. Com isso, sua replicação torna-se inviável.
A ação antibactericida do Kit Hope Fashion é algo necessário para este tipo de produto, pois uma bactéria pode ser considerada possível célula hospedeira para um vírus. Isto permite que uma roupa não tenha mau cheiro, mesmo com frequente uso. Entretanto, este aspecto não dispensa sua higienização.
União entre empresas
O Kit Hope Fashion é mais uma iniciativa da união de grupo de empresários e voluntários da cidade de Joinville (SC), que ganharam força assim que a pandemia da COVID-19 foi decretada pela Organização Mundial da Saúde. A mais conhecida dessas ações foi liderada pelos empresários Jonas do Carmo e Eduardo Borba.
Dono de uma confecção local, a Beetêxtil, Jonas viu suas encomendas diminuírem com o início da quarentena e começou a vender máscaras cujo lucro foi direcionado para o Corpo de Bombeiros de Santa Catarina. Por essa razão, o nome do produto foi “HeroMask”.
O sucesso foi tão grande que ele convenceu outros cinco concorrentes a se aliarem na causa. “Eu sabia que todo mundo estava passando dificuldades. Nessa horas temos que deixar de ser competitivos para sermos colaborativos”, afirma Jonas. Foram vendidas mais de 60 mil máscaras e os bombeiros receberam R$ 25 mil em doações com a venda dos artigos.
Novos projetos
A repercussão da iniciativa gerou um movimento na cidade para o lançamento de outras ações de impacto. O Kit Hope Fashion é resultado de uma cooperação de empresas unidas com esse propósito. Além da Beetêxtil e da Heroyz, abraçaram a causa a grife Escaramuça, que luta pela causa da Equoterapia no Brasil, o fotógrafo Fabrizio Motta e a agência GasModels que fornece modelos para as peças publicitárias.
De acordo com o especialista em negócios com propósito e CEO voluntário da Heroyz, Eduardo Borba, a tendência é que as empresas tenham que se preocupar não apenas em vender produto ou proporcionar experiências, mas também mostrar quais os valores, impacto e propósito genuíno que elas estão oferecendo a sociedade. “Se antes esse aspecto era valorizado por poucos, agora o mundo está considerando a atuação social das marcas na hora da decisão de consumo”, esclarece Borba.
Já para o membro do G10 Favelas e presidente da União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis e do Fundo Social Comunidades, Gilson Rodrigues, a parceria reforça a solidariedade e apoio que as comunidades mais precisam no momento para superar a COVID-19. “É uma iniciativa que inspira outras pessoas e empresas colaborando e mantendo assim a chama acesa de apoio e de ajuda às comunidades mais carentes”.
As máscaras e camisetas masculinas e femininas que fazem parte do catálogo do Kit Hope Fashion entraram em pré-venda pelo site https://www.becauz.com.br/. A plataforma BeCauz está disponível para receber contato de instituições que trabalham em prol de comunidades carentes afetadas pela pandemia para formação de novas parcerias, bem como de empresas que estejam interessadas em adquirir o kit para seus colaboradores e clientes.