Em época de coronavírus, abrir portas, e tocar em maçanetas, significa estar sempre com um frasco de álcool em gel à mão ou evitar levá-la ao rosto até que se a lave com água e sabão. Superfícies comuns podem ser foco de contágio do novo coronavírus caso não sejam higienizadas corretamente. Mas, se em vez das mãos, se usar os pés?
Um ex-aluno da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desenvolveu uma maçaneta acionada com o sapato. Rafael Aguirre, desenhista industrial e inventor do projeto, explicou que a fechadura é simples e intuitiva, com acionamento de pedal com um dos pés.
Para abrir, basta erguer o pé e puxar ou pisar e empurrar, dependendo da posição da pessoa. Após a abertura, o trinco volta automaticamente para a posição de travamento. Caso o usuário queira trancar a porta, é necessário empurrar uma trava.
Ele contou que quando criou a maçaneta, em 2018, pensou que seria uma solução para disseminação de doenças contagiosas, mas nem imaginava que uma pandemia fosse acontecer pouco depois.
“Hoje em dia, com essa reabertura apressada da economia e do comércio, ela pode ser uma aliada bem importante para conter a pandemia da Covid-19. Eu fiquei bem feliz de ter criado isso antes”, declarou o inventor.
Aguirre contou que, na época, a motivação para o projeto surgiu em dois momentos específicos: uma ida à uma unidade de saúde da cidade e a entrada em um banheiro público. Ele destacou que a proteção de sapatos é um dos benefícios do uso do pedal.
“São dois momentos que me fizeram criar esse produto. Um foi frequentar um banheiro público no Centro. A maçaneta era muita suja, e a porta era muito pesada. Em uma segunda situação, eu fui a uma unidade de saúde. Para entrar no consultório, era porta de fechadura manual. Pensei que vinha gente todos os dias, alguns com doenças contagiosas, e para entrar no consultório eu que tinha que acionar ou o próprio doente. Não é lógico chegar em um lugar que é para cuidar da sua saúde e ter um risco de se contaminar. O modo mais intuitivo é empurrar com o pé, que em geral está coberto,” disse o desenhista.
Uma outra preocupação do ex-aluno foi a questão orçamentária. Ele explicou que o “caminho mais fácil” nesse cenário seria automatizar a abertura de portas, mas seria muito mais caro.