A jovem Tayane Caldas, de 18 anos, teve o rosto tatuado à força pelo ex-namorado, Gabriel Henrique Alves Coelho, que não aceitou o fim do relacionamento. Ela passou por uma sessão de tortura, com agressões e ofensas. Em junho do ano passado, o Ministério Público apresentou denúncia contra Gabriel Coelho à Justiça.
No documento, o promotor Osvaldo de Oliveira Coelho relatou que, além da violência física, as agressões também causavam intimidação à vítima. Segundo Tayane, em outras duas vezes, o ex já havia tatuado seu nome no seio e na virilha da jovem.
Um ano após o caso, a jovem segue tentando remover tatuagem. “Fiz seis sessões (de laser) e já clareou bem, tem letras que já saíram, mas ainda não consegui remover por completo”, contou Tayame ao g1.
A seguir, você entende como é feito o processo de remoção a laser de tatuagens e por que ele é demorado. A médica dermatologista Carla Góes presta o serviço para mulheres vítimas de violência e explicou detalhes do procedimento.
1. Como funciona?
“É um tratamento lento, é utilizado laser, existem lasers específicos. Não vai remover de uma única vez, são necessárias algumas aplicações. Na primeira sessão, a gente começa a ter uma ideia da profundidade que essa pigmentação chegou”, afirmou a médica Carla Góes.
2. Processo é dolorido?
“Quando faz a aplicação do laser, o local fica sensível, a pele fica delicada e, no caso dela, vai ter que usar um filtro solar mais forte por ser no rosto. A pessoa costuma tirar com sofrimento. Tirar tatuagem é um dos processos mais chatos porque o paciente fica incomodado. Quanto mais profunda a tatuagem estiver na pele, mais incômodo a pessoa vai sentir”.
3. Deixa marcas ou cicatrizes?
“Existem lasers que, se não bem utilizados, podem deixar queloide. É importante saber qual o tipo do laser, não ser muito agressivo no tratamento. Mas existe o risco. Quanto mais pigmento, maior a chance de lesões na pele”.
4. Quanto?
“Geralmente, se paga mais caro para remover uma tatuagem do que para fazê-la. Varia entre 1,5 mil a 2 mil, por sessão. Depende de como o tratamento vai se desenvolver”.
5. É uma forma de amenizar o trauma que a vítima passou?
“Eu fundei o Instituto Um Novo Olhar, que é o primeiro a fazer atendimentos médicos a vítimas de violência doméstica de graça. A gente faz reconstrução facial para as vítimas que sofrem agressões. São agressões imensas, desde facadas até partes do corpo arrancadas. Fornecemos, inclusive, tratamento psiquiátrico para a vítima e para família”, disse Carla Góes.
“Ela, removendo a tatuagem, vai remover parte dessa agressão. Apagar completamente, é difícil. A tatuagem a gente consegue remover, mas a marca da agressão é emocional”.
Crédito: G1
Foto: Pedro Melo/TV Vanguarda