Em um mês, Hospital Dr. Ernesto Che Guevara transforma o combate à Covid-19 na cidade e já ajuda a região Leste Fluminense

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O Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara, em São José do Imbassaí, completou na quarta-feira (03/06) um mês de funcionamento pleno. A unidade nesse período conseguiu não só integrar toda a rede local de combate à pandemia, ampliando a capacidade total de atendimento na cidade e criando um fluxo eficiente, como permitiu que Maricá ajudasse outros municípios da região.

Para se ter uma ideia da importância da entrada do Che nesse circuito, a taxa de ocupação dos leitos para Covid-19 no Hospital Municipal Conde Modesto Leal (Centro), caiu 66% neste período, passando de 93% no dia 3 de maio para apenas 27% no dia 30. Da mesma forma, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, das 111 internações nesse período cerca de 11 se deram com pacientes provenientes de Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito, São Gonçalo e até Silva Jardim.

O hospital, que funciona às margens da RJ-106, também comemora o resultado técnico, com um grande número de altas médicas de pacientes com Covid-19. Foram 59, ou 55,1%, para uma taxa média de ocupação de leitos de 71%. O Che, que no momento funciona exclusivamente no combate à pandemia, abriu as portas com 35 leitos no total e, um mês depois, já conta com 56 leitos com equipamentos de suporte de vida como respiradores e o trabalho de ampliação da capacidade continua. Ao todo, cerca de 542 profissionais atuam na unidade. Na última terça-feira (02/06), registrava 36 pacientes internados, sendo 17 no Centro de Terapia Intensiva e 19 na Unidade Semi-Intensiva.

“O primeiro mês foi muito importante porque fizemos a inserção do hospital no fluxo da nossa rede de urgência e emergência, com anteparo do Hospital Conde Modesto, do Posto Santa Rita e da UPA de Inoã”, avalia a secretária de Saúde, Simone Costa. “Começamos a treinar as equipes para uma resposta rápida, fazendo movimentar mais os leitos. Com isso, conseguimos diagnósticos mais precoces e um número menor de óbitos”, destaca.

Quem precisou dessa resposta concorda. Para o aposentado Irineu Ferreira da Costa Filho, de 60 anos, é uma felicidade estar na Unidade Semi-Intensiva do Che, pois simboliza seu renascimento. “Estou sendo muito bem tratado aqui, graças a Deus, assim como fui tratado no Conde”, descreve. “As enfermeiras são atenciosas comigo e não me falta nada. Só tenho saudade da minha família”, acrescenta, aproveitando para mandar um beijo para minha filha Juliana, de 22 anos. “Filha, papai te ama!” diz o morador do condomínio Bosque Itapeba, em São José. De acordo com os médicos, Irineu, internado há nove dias, está respondendo bem ao tratamento, mas ainda sem previsão de alta.

Para a diretora executiva do hospital municipal, a médica Michelle Silvares, a estrutura de 10 mil m² de área construída e 13 mil m² de área total é um legado para a cidade e para uma região inteira do estado, dentro de uma estrutura de qualidade e segurança. “Em um mês saímos da caixa vazia para uma superestrutura: com alas montadas, equipes funcionando e equipamentos de alto nível tecnológico que não param de chegar”, analisa.

Uma atuação, por sinal, que não passou incólume na atenção da mídia, principalmente internacional: duas das maiores agências de notícias internacionais do mundo, a americana Associated Press, e a francesa Agência France Presse, elegeram o Che Guevara como o exemplo brasileiro de ação bem sucedida contra a Covid-19. As duas agências enviaram correspondentes internacionais ao hospital, que produziram reportagens distribuídas em inglês para mais de 100 países em todo o mundo.

Os resultados em atendimento também guardam relação com o nível tecnológico. O hospital Dr. Ernesto Che Guevara conta com equipamentos de alta complexidade como cinco aparelhos de Raio X digitais e portáteis, quatro arcos cirúrgicos, um para cada centro cirúrgico, 45 ventiladores pulmonares avançados e monitores paramétricos com alto padrão de qualidade. Mas a grande estrela da unidade é mesmo o tomógrafo Canon de alta complexidade, o único instalado em uma unidade pública em todo o estado. Com 128 canais – os modelos comuns tem de 8 a 16 canais – o tomógrafo fará do Che Guevara também um centro para pesquisas avançadas em outras áreas, como a coronariana.

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