Uma mulher foi morta dentro de casa com um tiro na cabeça na noite deste domingo (17), em Sâo José do Imbassaí, Maricá. O acusado é o marido da vítima, Abmael do Espírito Santo, de 52 anos. O crime ocorreu na frente da filha do casal, de dez anos, que presenciou a própria mãe ser morta com um tiro à queima-roupa. O casal estava junto há mais de dez anos. Abmael foi preso em flagrante por homicídio. A criança foi socorrida por vizinhos e estava internada, em observação.
A vítima, identificada como Hosana Brito de Souza, tinha 40 anos. Ela trabalhava no Caminhão do Peixe, da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca, da Prefeitura de Maricá. Além da criança que testemunhou o assassinato, ela e o suspeito tinham outros três filhos, incluindo uma adolescente que está grávida. O crime ocorreu na Rua Nelson Alves de Souza, por volta das 20h. Vizinhos encontraram o corpo de Hosana no local do crime e acionaram a Polícia Militar, que deu ordem de prisão à Abmael e apreenderam a arma utilizada no crime, um revólver de calibre 38. Policiais da Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo realizaram perícia no local.
Segundo informações, agressões não eram incomuns na relação do casal. Poucas horas antes da morte, a vítima chegou a conversar com a filha por telefone. Vinte minutos antes do crime, Hosana chegou a postar em um grupo do WhatsApp um vídeo do acusado, Abmael, brincando com uma arma. De acordo com familiares, era visível nas imagens que o homem parecia alterado. “Todo mundo sabia que ele tinha a arma dentro de casa. Ontem, os vizinhos disseram que não escutaram brigas, mas ouviram o som alto. Agora a gente não sabe se foi ela que aumentou, porque gostava de música alta mesmo, ou se foi ele que colocou o som para que não escutassem a briga”, relatou um dos filhos da vítima.
Após ser encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) do Barreto, em Niterói, o corpo da vítima foi sepultado no Cemitério de Bangu.
“Na semana passada, uma irmã da igreja me avisou que Deus mandava ela sair de casa. Deus revelou que se ela não deixasse esse homem, ele iria matá-la. Mas ela não agiu a tempo. Agora esse homem matou minha filha e destruiu minha família”, desabafou a mãe de Hosana, uma rodoviária aposentada de 59 anos. “Minha filha era uma pessoa muito querida. Todo mundo gostava muito dela lá em Bangu, que é onde moramos. Ela foi morar em Maricá com a família, mas sempre estava lá em Bangu com a gente”, conta.
“Eu sempre falei, o pai dela falava. A gente dizia para ela deixar tudo e voltar para casa, abandonar aquele homem. Ela sempre adiava. Dizia que era pela filha, pela vida que construiu lá. Ela sempre trabalhou muito e com o dinheiro do próprio suor conseguiu construir umas casinhas para alugar. Ela construiu uma vida ao lado de um homem que nunca mereceu o amor e a parceria da minha filha”, relatou a mãe da vítima, com emoção.
