Jogos que simulam conquistas de territórios, como o jogo de tabuleiro “War“, são muito comuns e conquistam público pela expectativa e pela estratégia. Mas e se os territórios já conhecidos pelo brasileiro, especialmente pelo carioca e pelo fluminense, entrassem na disputa? Foi o que pensou o doutorando em Geografia pela Uerj, Guilherme Braga Alves, de 25 anos, que criou o game “Guerra Mundial Rio 2020”, que simula uma guerra de domínio de bairros e municípios no Estado do Rio através de programação de mapas.
A página oficial da Guerra Mundial Rio 2020 já tem mais de 30 mil curtidas no Facebook. Quem gosta de acompanhar as disputas, selecionadas de forma automatizada por meio de computador, precisa ficar atento, já que as “batalhas” acontecem de hora em hora. E não é preciso fazer nada além de torcer, comentar e pensar em estratégias que podem levar à vitória de determinado município.
Até agora, o jogo está em 2029. O Estado do Rio possui 44 impérios (municípios). A última vitória foi de Niterói, que conquistou Itaboraí de Cachoeiras de Macacu, através de São Gonçalo, e agora domina quatro municípios, ameaçando estender ainda mais o domínio do “Império do Araribóia”, como alguns niteroienses chamam. “O próximo a rodar pro Império Araribóia é Saquarema”, comentou um internauta. “Próximo passo é a conquista de Tanguá, não brinquem com o Império de Araribóia”, apostou outra niteroiense interessada no fornecimento de laranjas do município. “Derrubem a ponte antes que cheguem em Caxias”, alertou um caxiense temeroso.
O jogo foi inspirado World War Bot 2020, modalidade semelhante que simula disputa entre países. De acordo com o responsável pela brincadeira, Guilherme Braga, a disputa entre municípios fluminenses é programada pela QGIS, uma multiplataforma de sistema de informações geográficas que gera dados georreferenciados que podem ser visualizados, editados e analisados. A Guerra Mundial Rio 2020 começou com uma versão municipal da cidade do Rio. Na disputa dos 162 bairros da capital fluminense, quem venceu foi Paciência, bairro da Zona Oeste.
“O mais legal é ler os comentários e, muitas vezes, aprender curiosidades sobre vários lugares do Rio”, conta Guilherme. “Tem gente que questiona qual o sentido disso e explico que não tem, é só uma brincadeira. Outros ficam com raiva, falando que isso nunca aconteceria na vida real. Mesmo sendo aleatório, os seguidores criaram uma maneira racional para lidar com os embates. Até eu já fiquei frustrado quando um lugar pelo qual eu torcia não ganhou, mas faz parte da brincadeira”, afirma o estudante, que é formado em Relações Internacionais pela UFRJ e também fez mestrado em Direitos Humanos.
Acompanhando a disputa
Para entrar na brincadeira, é só acessar a página da Guerra Mundial Rio 2020 e acompanhar os “embates”, aproveitando para interagir com outros fãs e se divertir defendendo seus impérios favoritos. No Leste Fluminense, Rio Bonito foi derrotada e anexada por Cachoeiras de Macacu, juntamente com Tanguá e Teresópolis – que foi conquistada de Magé. Itaboraí, São Gonçalo e Maricá, que chegou a conquistar territórios como Saquarema, foram dominadas pelo Império de Niterói.
Isolada, Saquarema conquistou a independência no meio do jogo mas se mantém na disputa solitária, já que perdeu os impérios de Tanguá e de Araruama, que agora pertence aos domínios de Macaé. Até o momento, quem segue na frente da Guerra Mundial Rio 2020 é São João da Barra, no Norte Fluminense, que domina cinco municípios.
Confira as batalhas
https://www.facebook.com/riobotwar/photos/a.397940324394289/443026486552339/?type=3&__xts__%5B0%5D=68.ARDSY_svi4DJrMap-YrxzMsa57UIDg-p4XGkjXh1v2Ztdyed-6cAK8ixq95Y_l2K9Q1KVFjLd9pWGEQjV80hyTBNhhHRi6_n_6qecBePsio4O9Mh72xbMGlfvJLecD5gIgbx9LikB64bLi1v3jAha68–NO1ypI_tTpu5pZ6E7WzuAsxSFmmnUQveAR_QC0dXD6Pzo6NTLEZgNqqYzbUy172xIB-k6cbDTvSWaSPY3vwuJNJ3Z_ilRHYQlYO8O8Ll1NudhkPWByJahTBwqetjSaUlLRtwWOXcmmNQNN5wGQtHtndPhyAl8NI6Ju5xXdjd-E1gVyVRhqHaKFYf90isus&__tn__=-R