O novo coronavírus provocou um aumento de 50% no número de adoções de animais, segundo o Instituto Adote um Animal. A Associação Casa e Gato – ACCG, localizada em Niterói, revelou que 85 animais foram adotados de março até o início de setembro, um aumento relativamente grande para eles. Ao mesmo tempo, o número de casos de abandono dos animais domésticos têm crescido em maior proporção, reflexo da crise econômica e da desinformação sobre a COVID-19.
No Brasil, os casos de animais sob os cuidados de ONG e grupo de proteção ao animal, ultrapassam a marca de 170 mil. Segundo o Instituto Brasil PEt, 96% dos casos são cães e 4% gatos. Simone Albert, uma das criadoras da página Bichineos, referente a proteção do animal, disse que apenas em uma noite, dois animais foram adotados. Para o Setor Pet, a projeção é de crescimento em serviços gerais neste ano.
Para a terapeuta ocupacional Renata Leão, o momento de isolamento social foi uma oportunidade para realizar a adoção do desejado gato. Após pensar por um tempo como seria a relação do novo animal com o cachorro, ela percebeu que estar todos presentes em casa, seria de mais fácil adaptação. O bicho de estimação, apelidado de Matte Leão, tem AIDS felina (FIV), leucemia felina (FeLv) e esporotricose o que tornou a rotina mais cuidadosa.
“O Matte ficou dois meses no quarto fazendo revezamento para tomar banho de sol e aos poucos fomos adaptando. Eu tive muita dificuldade, pelo o meu cachorro ser muito ciumento e territorialista, e precisei de um adestrador, que me orientou como fazer essa adaptação. Além da mudança no meu dia a dia devido a rotina de remédios e cuidados com o gato”.
A FIV e a FeLv são doenças transmitidas somente entre felinos, através do contato direto com ferimentos de outros gatos doentes. Segundo o veterinário Aníbal Ferreira, proprietário da Cão de Família – Pet Shop e Veterinária, a esporotricose é um fungo terrestre e uma zoonose, isto significa que passa de animais para outros animais e, também, pode contaminar seres humanos, comum hoje em dia, acrescentou Ferreira.
“A FIV e a FeLv são doenças de imunodepressão, e o animal imunodeprimido acaba desenvolvendo doenças secundárias. Essas doenças não tem cura nem tratamento, só se tratam os sintomas, somente a FeLv possui vacina. A esporotricose também pode promover uma imunodepressão, mas a principal sintomatologia clínica é a lesão de tecidos, feridas crônicas, que você não consegue tratar com antibiótico comum específico para isso. É um tratamento longo mas efetivo. E a adoção desses animais é importante, porque diminuiria a propagação das mesmas.”