Aposta no Porto de Maricá pode render bons frutos. A Prefeitura de Maricá deu um passo estratégico rumo à diversificação econômica do município com foco no agronegócio. Em reunião realizada na manhã desta terça-feira (17), representantes do governo municipal, do Ministério da Agricultura e da iniciativa privada discutiram ações para viabilizar a implantação da exportação de gado vivo na cidade — um dos setores que mais cresce no Brasil atualmente.
O projeto ganha força com a construção do Porto de Maricá, prevista para iniciar no segundo semestre deste ano. O novo terminal portuário é considerado peça-chave para consolidar a cidade como polo exportador. Contudo, mesmo antes da conclusão das obras, Maricá já apresenta potencial para funcionar como área de quarentena, onde o gado vindo de diversos estados passará por inspeção e preparo antes do embarque.
“Maricá pode receber esses animais de outras partes do Brasil para quarentenar e depois exportar. Existe muito potencial para que a cidade faça parte desse novo momento do agronegócio fluminense”, destacou Raphael Moreira, superintendente do Ministério da Agricultura no Estado do Rio de Janeiro.
Segundo dados do governo federal, o Brasil exportou mais de 1 milhão de bovinos em pé no último ano. Até janeiro de 2025, o único ponto habilitado para essa atividade no estado era o Porto do Açu, em São João da Barra. Cada navio transporta entre 5 mil e 20 mil animais, movimentando cerca de R$ 400 milhões por embarcação — com impacto direto na geração de emprego e renda.
“Serão gerados empregos em transporte, alimentação, assistência veterinária, entre outros serviços. É uma cadeia produtiva que movimenta a economia e atrai novas empresas para o município, beneficiando diretamente a população”, completou Moreira.
Início das atividades antes do Porto
Antes mesmo do início das operações no Porto de Maricá, o município poderá se inserir no circuito da exportação de gado. A proposta é iniciar com a instalação de uma unidade de pré-embarque, possibilitando a atuação como área de confinamento dos animais, com escoamento por outros portos.
Renato Poubel, veterinário e empresário do setor, vê o movimento como uma virada econômica para a região. “Maricá tem uma demanda reprimida e potencial para crescer. Com um porto próprio, pode se tornar uma potência na exportação de gado vivo para o mundo inteiro”, afirmou.
Diversificação econômica com apoio da Amar
A Companhia Maricá Alimentos (Amar), responsável pela implementação de estratégias de diversificação econômica baseadas na biotecnologia e no setor agroalimentar, será uma das protagonistas da nova fase do agronegócio local.
“A exportação de gado vivo é uma atividade em expansão no Rio de Janeiro, e Maricá pode ser um novo polo dessa cadeia. A partir deste encontro, vamos estudar a viabilidade de confinar o gado aqui e direcioná-lo para exportação”, explicou Marlos Costa, presidente da Amar.
A companhia também atua, há alguns meses, no processo de obtenção da certificação agropecuária nacional junto ao Ministério da Agricultura. O município já conta com inspeção municipal por meio da Secretaria de Agricultura e Pecuária, e agora busca o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), que permitirá o envio de alimentos produzidos em Maricá para o mercado nacional e internacional.

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