Preso no Brasil, ‘Rei da Cocaína’ pode responder por crimes no país antes de extradição para a Itália

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Durante meses, a polícia de São Paulo monitorou um grupo suspeito de tráfico de drogas na região da Baixada Santista. Sem saber, estava a passos de um dos criminosos mais procurados do mundo. O Fantástico conta como o mafioso italiano conhecido como o Rei da Cocaína agia no Brasil.

O que liga um jovem senhor, morador de um bairro de classe alta de São Paulo, a um médico reconhecido pelos serviços prestados à cidade de Guarujá? A resposta: cocaína, segundo a polícia.

Em um vídeo, o jovem senhor aparece aguardando o elevador para ir até o apartamento onde mora com outros quatro homens. Todos falam entre si em italiano e recebem muitos visitantes, e o vai e vem chamou a atenção dos vizinhos.

O comportamento atípico de estrangeiros que estariam hospedados num prédio no Morumbi fez com que policiais, então, começassem a fazer campanas veladas no local. Eles realizaram várias imagens desses estrangeiros, mas, naquele momento, nem a polícia sabia que estava a poucos passos de um dos criminosos mais procurados do mundo.

Era Rocco Morabito, de 55 anos. Nascido na região da Calábria, berço da organização criminosa Ndrangheta, ele seguiu os passos de familiares dentro da máfia calabresa. Em Milão, começou a construir uma rede de tráfico internacional entre Itália e Brasil. Logo se tornou conhecido como “O Rei da Cocaína”.

Em 1994, procurado pela polícia, Rocco fugiu para o Brasil. Condenado a 30 anos de prisão na Itália, ele desapareceu por 22 anos, até que o governo italiano recebeu uma dica em 2016: Rocco estava no Uruguai.

As autoridades do país cruzam as digitais dele com o banco nacional de dados, descobrindo que Rocco tinha virado Francisco Capeletto. Ele foi preso em 2017, mas fugiu cadeia dois anos depois e, mais uma vez, sumiu. Até maio do ano passado.

A polícia brasileira ficou quatro meses monitorando os passos de Rocco e os comparsas. Entre eles, Vicenzo Pasquani, mafioso italiano que também foi preso. As investigações mostram que os dois compravam a droga da maior facção criminosa do país, que age dentro e fora dos presídios. Os italianos, então, revendiam a cocaína para traficantes locais. Que, em troca, bancavam a vida dos dois no Brasil.

Carros que saiam do prédio de Rocco, em São Paulo, iam frequentemente até um condomínio de luxo em Guarujá. A princípio, os policiais acreditavam que os suspeitos se dirigiam para a mansão que o italiano comprou no país em 2003, durante a primeira fuga. Mas o registro de visitantes da portaria mostrou que destino dos criminosos era outro: a casa do ortopedista Alexandre Pedroso Ribeiro.

Na mansão dele, a polícia encontrou mais de 60 quilos de cocaína e crack. A polícia expediu um mandado de prisão temporária contra o médico na semana passada, por suspeita de tráfico de drogas. Só que ele já está preso. Alexandre foi detido como suspeito de ter facilitado um assassinato por envolvimento com facções criminosas, depois que dois homens armados invadiram um hospital e mataram um paciente ao qual ele tinha acabado de dar alta.

Rocco Morabito também teve a prisão temporária decretada pela Justiça na semana passada, mas já está preso na Penitenciária Federal de Brasília desde o ano passado, depois de ter sido capturado na Paraíba.

O Supremo Tribunal Federal já autorizou a extradição de Rocco para a Itália, e basta uma assinatura do presidente Jair Bolsonaro para que ele deixe o país imediatamente. Mas o avanço das apurações da polícia de São Paulo pode mudar a situação de Rocco. Enquanto ele estiver sendo processado, ele não pode ser extraditado.

 

Crédito: g1

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