Mulheres são resgatadas de clínica clandestina em Magé

Dez das 13 vítimas aceitaram fazer corpo de delito. As mulheres, de 22 a 62 anos, foram resgatadas nesta segunda.
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Foto: Divulgação/Prefeitura de Magé
Foto: Divulgação/Prefeitura de Magé

Abuso sexual de internas, assédio contra novas pacientes, agressões, grades nas janelas e até cigarros sendo vendidos pelo dobro do preço. Esses foram os relatos das mulheres que foram resgatadas de uma clínica clandestina em Magé, na Baixada Fluminense. Das 13 vítimas, dez aceitaram passar por corpo de delito nesta terça (28).

Outras duas recusaram atendimento e uma voltou para a família. As vítimas têm idades entre 22 e 62 anos e foram resgatadas nesta segunda (27) depois que duas delas conseguiram fugir do sítio que fica em uma área rural e pedir ajuda a locais.

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“Quando eu cheguei na unidade eu fui agredida, me deram um ‘mata-leão’ duas vezes, me tacaram no chão, fui bem agredida, no meu olho, meu rosto”, conta uma mulher.

O local, que se apresentava como comunidade terapêutica para dependentes químicas, funcionava sem alvará de localização e licença sanitária.

Durante a operação, a Vigilância Sanitária fechou o local e apreendeu bitucas de cigarros e pinos de cocaína.

Uma das vítimas disse que a rotina era de maus-tratos e degradação das mulheres. Segundo a mulher, as moças que pediram socorro foram muito agredidas quando retornaram para o sítio.

 Foto: Divulgação/Prefeitura de Magé
Relatos de vítimas resgatadas de clínica ilegal em Magé – Foto: Divulgação/Prefeitura de Magé

“O dono usava muita droga, vivia dormindo o dia inteiro. Eu vi duas meninas sendo agredidas porque elas fugiram. E foi uma agressão muito feia”, relata outra mulher.

Os responsáveis pelo local, identificados como Vinícius Trajano e Juan Marcos, devem responder por sequestro, cárcere privado, abuso sexual e prática ilegal da medicina. As investigações seguem em andamento.

“Eles falavam com ignorância, palavras de baixo calão, sabe? As novatas, geralmente, eles chegavam e assediavam as pessoas e tinham relação com as internas. Tinham várias camisinhas na casa”, completa.

Segundo Carlos Alberto, representante da Vigilância Sanitária, a situação era degradante.

“Ela [a clínica] não tinha documento, não tinha alvará de localização, além de encontrar os clientes em total estado de maus-tratos, insalubre.”

O caso foi encaminhado para a 65ª DP (Magé). Os responsáveis pelo local foram ouvidos e liberados.

Crédito: Hélter Duarte, RJ2

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