A candidatura Rio-Niterói para cidade-sede dos Jogos Pan-americanos de 2031 ressuscitou dois projetos antigos de melhorias no estado: a despoluição da Baía de Guanabara e a implantação da Linha 3 do Metrô. Ambas as promessas já foram feitas décadas atrás.
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A aprovação da candidatura para o Pan teve como base um pré-projeto elaborado pelas duas cidades. Segundo a candidatura, haverá investimento em infraestrutura, desenvolvimento sustentável e legado sem “elefantes brancos”.
No documento que oficializa a candidatura, as prefeituras afirmam que o evento vai contribuir para a preservação ambiental e o combate às mudanças climáticas.
Sobre a despoluição da Baía de Guanabara, uma ideia de décadas, o documento destaca que a baía passa por um processo de despoluição gradativo e que, de acordo com o Marco Legal do Saneamento, até 2033, 90% do esgoto das 27 cidades atendidas pela Águas do Rio — empresa de saneamento — serão coletados e tratados.
Pela proposta, com os jogos Pan e Parapan nas cidades, a projeção passa a ser 2031, ou seja, dois anos antes do previsto.
Entretanto, o programa de despoluição da Baía de Guanabara é de competência estadual. O prefeito Eduardo Paes disse hoje que tem apoio do governador Cláudio Castro para que os projetos aconteçam.
“A despoluição da Baía já está acontecendo, o contrato do estado, concessão do estado. O que estamos propondo é antecipação em 2 anos desse contrato”, diz ele.
Outro investimento citado no documento é a implantação da Linha 3 do metrô. A ideia de conectar Praça XV, no Rio, à Praça Arariboia, em Niterói, e Alcântara, em São Gonçalo, é antiga.
O projeto já era discutido em 1968, ou seja, antes da inauguração no metrô no Rio e, desde então, de tempos em tempos, o plano volta a ser citado, sem nunca sair do papel.
O trecho aliviaria o trânsito na Ponte Rio-Niterói, mas por causa do alto custo, sucessivos governos têm deixado o projeto de lado.
A iniciativa também é de competência estadual, que, aliás, não cumpriu a promessa de outro evento esportivo. Para os jogos olímpicos de 2016, o governo tinha prometido a estação da Gávea do metrô.
Ou seja, antes de dar início à construção de uma nova linha, o estado teria que retomar uma obra que está parada há 10 anos e que o governo assumiu o compromisso de voltar no mês que vem.
Só para o retorno das obras na estação da Gávea, já foram dados quatro prazos diferentes. E, até agora, nada. Ao todo, o projeto já consumiu mais de R$ 10 bilhões.
No setor de mobilidade, na cidade do Rio de Janeiro, a proposta é de um movimento chamado de “veletização”, que começaria com a transição do sistema BRT de rodas para um sistema leve de trilhos, o VLT, a partir da Transcarioca e da Transoeste.
Crédito: Mariana Queiroz, André Coelho Costa, RJ2
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