Nos dias 22 e 23 de julho, Tanguá recebeu o Festival Sesc de Inverno, considerado o maior evento multilinguagem do país. O Serviço Social do Comércio (Sesc) levou literatura, artes visuais, circo e música através do DJ Machintal e das atrações principais Paulinho Moska e Leandro Sapucahy. Os shows aconteceram na Praça Robson Siqueira Nunes, no Centro, e as atividades artísticas no Observatório de Talentos da praça.
O festival, que acontece há 21 anos e nessa edição está presente em 17 cidades do estado, contou com uma programação cultural durante o dia também. No sábado, entre as atividades culturais, o público conheceu o projeto ‘Xilopretura’, uma técnica que une a xilogravura ao universo da mulher preta, criado pela artista Val Pires.
O circo também esteve presente através da companhia ‘VaiVem’, um projeto multidisciplinar que tem como base o balanço. A performance, dirigida por Romulo Galvão, reuniu um grupo de quatro artistas de dança e circo que usaram um balanço gigante para divertir o público.
A literatura foi lembrada nas atividades da tarde através da mediação de leitura criativa, contos, poemas, crônicas e histórias com o grupo Kererê Infâncias.
No domingo (23), além das atividades que tiveram no sábado, o grupo Teatro da Ponte encenou ‘A Festa Triste’, inspirada na obra “A morte e a morte de Quincas Berro D’Água”, de Jorge Amado.
Shows
Durante a noite, os shows atraíram muitas pessoas até a praça central da cidade. No sábado, o cantor Paulinho Moska tocou um vasto repertório, passando por músicas que fizeram sucesso em sua voz, como “A Seta e o Alvo”, o “O último Dia” e “Jeito é não ficar só”, todas de sua autoria, até canções que marcaram uma geração, como ‘Metamorfose Ambulante’, de Raul Seixas.
Ao final do show, ele deu uma entrevista exclusiva para a reportagem da Folha e falou sobre a apresentação em Tanguá.
“Não conhecia a cidade, achei maravilhosa. O público tem uma qualidade incrível, vi todo mundo prestando atenção, curtindo, até o pessoal lá de trás. Senti muita comunhão, muito abraço”, disse o artista.
Moska também falou sobre seus 30 anos de carreira solo completados este ano.
“São 30 anos de carreira, comecei bem garoto, mas foi em 1993 que lancei o primeiro disco solo. A gente vai juntando os pedacinhos, tem músicas de todas as épocas (no show), está bem equilibrado esse repertório para representar as canções que tocaram no rádio e na TV. Gosto sempre de mantê-las (as músicas mais conhecidas) no show porque o público gosta de escutar ao vivo aquilo que ouviu e viveu (ao som da música)”.
Quem acompanhou o show do cantor de pertinho foi o estudante de pedagogia e morador de Tanguá, Cleber Aquino.
“Adoro o trabalho do Paulinho Moska, ele é um artista maravilhoso, da vertente de MPB, e é difícil de estar aqui na região. Um artista do calibre do Paulinho Moska, tão próximo aqui da gente, que as vezes não tem acesso aos grandes centros, com todo aparato e equipamento que os grandes centros têm, é um privilégio”, avaliou.
Parceria
E de acordo com o gerente do Sesc, Ilbwnni Vieira, essa é a intenção, levar a cultura à população. “O festival já acontece há 21 anos no Estado do Rio e cada vez mais o Sesc e o Sistema Fecomércio vem expandindo nas cidades do Estado a realização. Esse ano estamos em 17 cidades, Tanguá, a cidade da laranja é uma das cidades. Estivemos fazendo o natal aqui no ano passado e agora estamos de volta com esse belo festival”, explicou.
O secretário de Cultura e Turismo de Tanguá, Reginaldo Serrano, também mencionou a parceria com o Sesc. “Tivemos o Natal Vida com o Sesc e a Fecomércio, e agora, com a articulação da Prefeitura e o governo do Estado conseguimos o Festival de Inverno aqui em Tanguá, mas que na verdade, abrange toda região, ou seja, ganha Tanguá, mas ganha a região também”.
Para o prefeito Rodrigo Medeiros, “o Sesc é um parceiro institucional extraordinário que nos encantou a todos de Tanguá e também a todos que nos visitaram no último natal, fazendo o Natal Vida que foi maravilhoso, e agora, a gente foi abençoado mais uma vez por essa parceria maravilhosa agora com o Festival de Inverno. O Paulinho Moska foi um barato, eu estava acompanhando e vendo a reação das pessoas daqui. É muito legal promover arte e cultura sempre com essa parceria saudável”, finalizou.
Texto: Lívia Louzada