O ex-governador do Rio Sérgio Cabral deve ser transferido de volta para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste, nesta segunda-feira (2), depois que uma fiscalização encontrou indícios de regalias na Unidade Prisional da PM, onde ele é mantido. Outros presos da mesma ala do batalhão também serão transferidos.
As denúncias foram reveladas com exclusividade pelo Fantástico neste domingo (1º). Uma fiscalização encontrou no presídio celulares, anabolizantes, cigarros eletrônicos e listas de encomendas a restaurantes. A reportagem teve acesso a vídeos que mostram algumas dessas irregularidades.
Em uma das imagens, obtidas com exclusividade, mostram a equipe da Vara de Execuções Penais entrando no presídio. O ex-governador estava em uma área externa com um outro preso, o tenente-coronel Claudio Luiz de Oliveira, condenado a 36 anos de prisão pela morte da juíza Patricia Acioli, assassinada em 2011.
Dentro da sacola, além dos dois celulares, estavam mais de R$ 4 mil em dinheiro e vários cigarros de maconha. Em uma das mesas, na área onde Cabral e o coronel estavam, os agentes encontraram um caderno com registros de pagamentos em dinheiro, crédito, débito e até para um aplicativo de comida. Um dos recibos era relativo a um verdadeiro banquete árabe, pedido na semana passada: esfihas, kafta, lentilha – um pedido com o valor total de R$ 1.508.
Enxoval personalizado
Cabral está no Batalhão Especial Prisional da PM, em Niterói, na região Metropolitana do Rio, desde setembro do ano passado. Antes, ele cumpria pena em Bangu 8. A transferência foi autorizada pelo juiz federal Marcelo Bretas, cumprindo uma decisão do ministro do STF, Edson Fachin. O ministro entendeu que procedia um pedido da defesa do ex-governador para que ele se mantenha afastado de pessoas mencionadas em depoimentos de seu acordo de delação premiada.
A Unidade Prisional da PM, também conhecida como BEP, mantém presos policiais militares e também detentos com direito à prisão especial.
Os mais conhecido é Cabral, condenado por vinte e dois (22) processos criminais na Lava Jato, como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As penas somadas chegam a quatrocentos e sete (407) anos.
Na cela de Cabral, além do material apreendido, a fiscalização encontrou outros itens suspeitos, como toalhas bordadas com o nome do ex-governador.
“Achamos condições diferentes do que se espera para uma pessoa que está presa, não é?”, diz Rubioli.
A Vara de Execuções penais, o MP e a corregedoria da PM, também participaram de uma fiscalização na ala dos oficiais, onde estão oito presos. Lá, encontraram sete celulares e cigarro eletrônico.
Esse revestimento já tinha sido encontrado numa fiscalização anterior, como mostrou o RJTV no dia 11 de abril.
Defesa nega irregularidades
Em nota, a defesa do ex-governador Sérgio Cabral alegou que não foi encontrada qualquer irregularidade na cela dele e diz que nenhum dos objetos apreendidos nas áreas comuns foi relacionado a ele e desconhece objetos encontrados fora da galeria dos oficiais.
Em relação ao tenente-coronel Claudio Luiz de Oliveira, a defesa afirma que nenhum dos materiais informados p
ela reportagem estavam na cela dele.
Crédito: Portal g1
Imagens: Fantástico