Uma nova frente fria que se formou no Sul do país deve amenizar as temperaturas nos Centro-Sul nos próximos dias. O sistema deve avançar para o Centro-Oeste e para o Sudeste entre esta sexta (27) e sábado (28), trazendo chuva para parte dessas regiões.
Apesar de conseguir baixar um pouco as máximas, que seguiram elevadas durante a semana por conta da sétima onda de calor no ano, o alívio será breve.
Segundo Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo, explica que, por ja estarmos na primavera, o aquecimento da atmosfera tende a ser bem mais rápido, o que encurta a duração das massas de ar frio.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a faixa que se estende do leste de Santa Catarina chega até Rondônia, passando pelo leste do Paraná, sudoeste de São Paulo, Mato Grosso do Sul e oeste do Mato Grosso deve ter até 50 milímetros de chuva por dia e ventos intensos, de até 60 km/h.
No leste do Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina, oeste do Paraná e oeste do Mato Grosso do Sul, os temporais devem ser mais intensos. Nessas regiões, os acumulados podem chegar a 100 milímetros por dia e os ventos a 100 km/h.
O Rio Grande do Sul já vinha sofrendo com temporais nesta semana. Algumas cidades, principalmente do sul do estado, registraram volumes acima da média para o mês em somente um dia.
Alívio breve
Como a onda de calor fez com que as máximas ficassem muito elevadas, com recordes de calor sendo quebrados em algumas capitais, a frente fria vai conseguir somente amenizar um pouco as altas temperaturas.
Em São Paulo, por exemplo, onde a máxima superou os 36°C nesta semana, os termômetros não devem ficar na casa dos 30°C nesta sexta (27). No sábado, o refresco será maior, com a máxima não passando dos 20°C.
No Rio de Janeiro, a diminuição também é mais expressiva no sábado. Os termômetros não devem superar os 25°C, temperatura bem mais fresca do que os 38°C previstos para sexta.
Apesar do refresco previsto, neste próprio fim de semana volta a esquentar.
➡️De acordo com Fábio Luengo, o refresco deve ser breve por causa de alguns fatores:
- Força da massa de ar quente que atua sobre o país – o bloqueio atmosférico que manteve as temperaturas altas nessa semana é considerado bem forte, o que impede que as frentes frias avancem;
- Frente fria enfraquecida – a massa de ar frio que avança sobre o país não é das mais fortes. Como estamos na primavera, a tendência de que uma frente fria muito forte avance é menor;
- Trajetória da frente fria – além de não ser muito forte, a trajetória que essa massa de ar frio deve ter também favorece que o alívio nas temperaturas seja breve. O centro da massa de ar frio deve estar no oceano e não dentro do continente.
Em boa parte da faixa mais central do Brasil, por exemplo, a massa de ar frio nem chega a avançar. “Pode ser que as temperaturas caiam um pouquinho, mas com toda certeza o calor continua”, comenta Luengo.
Volta das chuvas regulares
Apesar do calor previsto para o início da estação, a expectativa é também da volta das chuvas regulares ao longo da primavera.
➡️Em outubro, a chuva deve voltar a ser mais constante na faixa entre Paraná e São Paulo, passando pelo sul de Goiás e se estendendo até boa parte do Amazonas e o Acre.
➡️Já em novembro, deve retornar para o restante do Sudeste e do Centro-oeste, além do norte do Amazonas, Roraima e Sul do Pará.
➡️Por fim, em dezembro, a chuva volta para o sul da Bahia, Tocantins e Pará.
Fonte: g1.globo.com