A Prefeitura de Osasco readmitiu o médico que receitou, junto com uma lista de medicamentos, sorvete de chocolate e “Free Fire”, um jogo de ação disponível no celular, a uma criança de nove anos que estava com sintomas gripais.
Ele tinha sido desligado do quadro de funcionários após a família relatar o caso à reportagem. A gestão municipal disse ter reavaliado a conduta e considerou a atitude “humanizada”.
Histórico
O atendimento foi realizado na UPA Jardim Conceição, em Osasco, na Grande São Paulo, na madrugada do dia 18.
Depois de chegar em casa e mostrar a receita para um parente, Priscila da Silva Ramos, mãe do menino de 9 anos que foi atendido, disse que sentiu que o médico tinha debochado dela e da criança.
“Como meu filho vai tomar sorvete de chocolate? Ele está com a garganta inflamada”, disse.
A mãe contou que a criança tinha “tosse, gripe muito forte, dor de garganta, tonturas e começou a vomitar” próximo ao horário em que foi levado ao hospital.
Durante o atendimento, Priscila disse que o médico não examinou a criança, apenas perguntou o que ele estava sentindo e “começou a receitar um monte de remédio”.
“Alguns eu conhecia, como dipirona, os outros eu não conhecia, e ele não me explicou nenhum”, afirmou.
Ainda de acordo com Priscila, sem levantar da cadeira atrás da mesa, o médico perguntou para o menino se ele queria “sorvete de chocolate ou morango”.
Ele optou por chocolate “e aí o médico prescreveu na receita: sorvete de chocolate duas vezes ao dia mais Free Fire diariamente”.
O médico está atualmente com o CRM ativo no Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), mas não tem especialidade registrada. No carimbo da receita, ele se identifica como neurologista.