O ex-governador Sérgio Cabral e o deputado e ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani, foram denunciados pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ) de lavagem de dinheiro de propina, através de compra e venda de gados criados pela família de Picciani, parlamentar do MDB. Cabral está preso desde novembro de 2016 e Picciani, desde 2017. Os dois foram denunciados por improbidade administrativa e também podem ter os bens que foram denunciados bloqueados, no valor que chega a R$ 13 milhões, incluindo bens móveis e imóveis.
Segundo o Ministério Público, o ex-governador teria recebido cerca de R$ 1 milhão da empreiteira Carioca Engenharia, valor que gerou operações superfaturadas de compra e venda de 160 cabeças de gado. Com o valor recebido em sete anos, Cabral teria beneficiado a empresa em contratos de obras.
Além da Carioca Engenharia, outras firmas também se envolveram em esquemas criminosos com os parlamentares, atuando em obras que foram custeadas com recursos do governo federal, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Entre elas, estão a urbanização da favela da Rocinha e a construção do Arco Metropolitano e da linha 4 do metrô. As obras no estádio do Maracanã para a Copa do Mundo e o PAC das Favelas também não escaparam.
Além de Cabral e Picciani, o Ministério Público também processou José Augusto Ferreira dos Santos, que foi apontado como operador financeiro do ex-presidente da Alerj.