A idosa do estado americano da Califórnia foi acusada de comandar uma quadrilha global de tráfico da droga fentanil enquanto trabalhava para um sindicato da polícia. Além do choque ter existir uma ‘vovó do crime’, que traficava uma droga 100 vezes mais poderosa que a morfina e que mata cerca de 70.000 pessoas só nos EUA, fica também a surpresa dela ter escondido esse terrível segredo também de sua família.
De acordo com depoimentos ao New York Post, Joanne manteve a família e os colegas no escuro ao levar uma vida dupla tal e qual o protagonista de ‘Breaking Bad’, que iniciou a trama da série como um pacato professor de química e terminou como um implacável traficante.
A idosa, que teria começado no crime em 2015, recebeu em sua casa ao menos 61 carregamentos de drogas ilegais de Hong Kong, Hungria, Índia e Cingapura. Familiares, colegas de trabalho e vizinhos lutam para acreditar como aquela senhora comandava um esquema tão grande sem levantar nenhuma suspeita.
De acordo com Irma Segovia Sweat, Joanne e seu marido, Domingo, não passavam por problemas financeiros, embora Joanne tenha lidado com uma doença não especificada há cerca de três anos. “Eles não precisavam de dinheiro”, disse ela. “Ambos ganharam muito dinheiro e não precisavam de nada. Ainda estamos tentando entender tudo porque não é ela”, disse um outro parente, a sobrinha de Segovia, ao The Post. “Nossa família está muito chocada e surpresa. Ninguém sabia de nada!”, completou.
Segovia, que trabalhou como diretora executiva da Associação de Policiais de San Jose, aparentemente nunca deu nenhuma indicação de que estava – conforme alegado na denúncia federal contra ela – usando seus computadores pessoais e do escritório para encomendar milhares de pílulas de opioides e outras drogas para sua casa e depois enviá-los para todo o país.
“Ela é a senhora mais doce de todas, muito amorosa, muito generosa, muito voltada para a família”, disse uma sobrinha da criminosa, que pediu anonimato. “Ela é uma senhora muito incrível. É por isso que estamos todos surpresos e mal podemos acreditar”, completou.
De acordo com a parente, o marido de Joanne, Domingo, de 79 anos, também não sabia do suposto esquema de sua esposa para importar valeril fentanil. Os carregamentos de drogas foram marcados como “brindes de festa de casamento” ou “chocolate e doces”, disseram os promotores federais.
“Meu tio nunca permitiria isso, nem participaria de algo assim”, disse a sobrinha de Segovia. “Ele é um homem muito bem-sucedido – conhecedor e inteligente. Posso garantir 1.000.000% de que ele não fazia ideia disso”, defendeu. Domingo é um militar veterano que já trabalhou como açougueiro.
Joanne, que pode pegar até 20 anos de prisão pelos crimes, trabalhava para a Associação de Policiais de San Jose desde 2003 como funcionária civil. Segovia, avó de dois filhos, era o “rosto” do sindicato, disse um policial, dizendo que ela era a primeira pessoa a receber os visitantes do escritório.
No momento ela está afastada de suas atividades, em licença remunerada, enquanto uma investigação interna está em andamento.
Alguns dos pacotes de Joanne interceptados pelas autoridades entre 2019 e janeiro continham milhares de pílulas de opioides sintéticos, disseram promotores federais. Pelo menos uma remessa feita por Segovia levou a uma overdose, disse uma fonte próxima ao assunto ao The Post.
Segovia negou as acusações e disse às autoridades que o mentor era, na verdade, uma “amiga da família” que supostamente sofria de um distúrbio de abuso de substâncias, de acordo com um relatório da Homeland Security Investigations.
Crédito: revistamonet.globo.com