A Polícia Civil do RJ prendeu nesta quinta-feira (18) um homem por estupro, cárcere privado, ameaça e tortura. O acusado de 35 anos foi preso em casa, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, por agentes da 10ª DP (Botafogo).
A vítima, uma mulher de 31 anos de São Paulo que estava a passeio no Rio, afirma que foi estuprada e agredida durante 18h no apartamento dele, impedida de sair e de pedir ajuda. Ela conta que o conheceu dias antes em um aplicativo de namoro e aceitou encontrá-lo.
Segundo o depoimento, ela “permaneceu pelada e torturada” das 2h às 20h de 4 de abril, sem comer e obrigada a tomar drogas para não dormir. As relações não consentidas foram sem camisinha.
Ela só escapou porque tinha avisado a amigos que iria ao encontro, e, como ela compartilhou a localização, um deles foi até o endereço e a resgatou.
O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) confirma o estupro e agressões “por ação contundente”.
A plataforma está à disposição para declarações da defesa do acusado.
O que disse a mulher
- A mulher contou que estava hospedada na casa de uma amiga, na Barra da Tijuca, e combinou de encontrar com o acusado em um bar na Rua Arnaldo Quintela, em Botafogo;
- Os dois chegaram por volta das 21h30 de 3 de abril e foram a pelo menos quatro bares na região. Em um deles, se beijaram;
- Por volta da meia-noite, ele a convidou a subir ao apartamento dele, em um condomínio perto dali, na Rua Voluntários da Pátria;
- Na sala, a mulher encontrou um equipamento de DJ, e o preso disse que iria tocar para ela;
- “demorou um bom tempo até beijar a declarante em seu apartamento. Contudo, no momento que se beijaram [por volta das 2h], prontamente começou a apresentar um comportamento estranho”, narra o termo de declaração da vítima;
- O homem lhe enforcou com uma das mãos e disse: “Agora é a minha hora, e você não vai sair mais daqui!”. A mulher foi obrigada a se ajoelhar. “Eu vou acabar com você! Você vai apanhar muito!”, prosseguiu ameaçando-a de morte;
- Os estupros começaram pouco depois das 2h. A mulher “a todo momento tentou se desvencilhar”, mas estava presa pelos braços;
- A mulher disse que chegou a gritar por socorro, mas “a todo momento manteve o som relativamente alto” a fim de que vizinhos não ouvissem o que ocorria dentro do apartamento.
Drogada e sem comer
- As horas se passaram, e ele a forçou a consumir drogas, que a vítima acredita ser ecstasy. Ele “chegou a enfiar droga com a mão na boca da depoente dizendo que aquilo era para ela não dormir”, diz o depoimento. O acusado “constantemente cuspia no rosto dela e não permitia que se alimentasse”;
- Já no início da tarde, a fim de não sofrer mais agressões, a mulher percebeu que “precisava fazer o jogo psicológico” dele e parou de resistir;
- Às 18h30, foi o ato mais violento. Ele “amarrou um cinto no pescoço dela, como se fosse um animal em uma coleira, e lhe estuprando novamente”;
- O homem “dizia que era uma pessoa influente e que conhecia um embaixador e ministros” e que “tinha uma empresa que sequestra mulheres para que sejam fornecidas e subjugadas por pessoas influentes”.
Fonte: Por Adriana Cruz, Alice Portes, RJ1