As estudantes de Rio Bonito, Raquel Cristini e Thayllane Nascimento, ambas de 16 anos e alunas do Colégio Estadual Cabo PM Raphael de Oliveira Monteiro, em Cidade Nova, não só foram eleitas para fazerem parte da 15ª edição do Parlamento Juvenil (PJ), da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), como também foram destaque em suas atuações. Thayllane foi eleita entre 15 jovens que se candidataram ao cargo, e foram votados pelos 95 estudantes participantes. Já Raquel, teve a segunda proposta de projeto de lei mais votada no PJ, que poderá virar lei estadual.
Thayllane conta que já conhecia o projeto da Alerj e se identificava com ele, mas tinha medo de participar, até que foi incentivada pela sua tia e se inscreveu. A primeira surpresa que teve foi ser eleita em sua escola para representar a cidade. A segunda foi ser eleita a presidente da edição deste ano.
“Foi algo inacreditável, pois, a princípio, eu jamais imaginei que teria a possibilidade de presidir uma edição. A ideia de assumir a presidência nunca passou pela minha cabeça; no máximo, eu pensava em integrar a mesa diretora. No entanto, percebo que tudo isso foi obra de Deus, que me trouxe muitos ensinamentos e a convicção de que eu realmente sou chamada para liderar e cuidar de pessoas”.
A estudante foi a terceira menina a liderar o Parlamento Juvenil em 21 anos de projeto. Ela espera que com a sua representatividade, possa inspirar mais mulheres. “Acredito que as mulheres devem ocupar seu lugar na política e em diversos outros setores. O Parlamento Juvenil existe há 20 anos e, até hoje, sou apenas a terceira mulher a presidir a mesa diretora. Esse fato me entristece, mas também me motiva a seguir em frente. Espero que, por meio da minha trajetória, eu possa contribuir para inspirar e apoiar outras mulheres”.
Com a experiência adquirida, a jovem, que pensava em ser uma profissional da área de saúde, agora planeja seguir carreira política. “Pensava na área da saúde e estava analisando a profissão de fisioterapia e odontologia, mas após a experiência no parlamento, tudo mudou. Vou seguir o meu coração e pretendo seguir a carreira profissional na política ou algo ligado ao direito”.
Projeto de lei
A 15ª edição do Parlamento Juvenil culminou na aprovação de três projetos de lei, que após passarem pela Comissão de Gestão do projeto, serão protocolados e poderão tramitar na Casa com potencial de se tornarem leis estaduais. Uma dessas propostas é da estudante Raquel. Ela demonstrou sua preocupação com o avanço do câncer de mama em homens e propôs um projeto de lei que inclui no calendário estadual, uma semana de conscientização sobre o mal no público masculino.
Raquel disse que descobriu sobre a enfermidade masculina em uma palestra na sua escola, ministrada por sua irmã, que é técnica de enfermagem e também já foi parlamentar juvenil na 13ª edição. “Em uma palestra sobre câncer de mama, descobri que homens também podem ser afetados. Inicialmente, fiquei surpresa, pois não sabia disso. Anualmente, cerca 73 mil pessoas são diagnosticadas com câncer de mama no Brasil, desse total, 1% são homens, ou seja, 1% disso é muita coisa, e são vidas, se eu queria tanto lutar pelos direitos das pessoas, o porquê não lutar por vidas?”, indaga a estudante.
Raquel também conta que sempre quis participar do projeto, principalmente depois que a irmã e o primo participaram. “Quando conheci o parlamento, tive vontade de também estar lá, lutando pelos direitos e dando voz a juventude. E quando soube que entraria, foi um misto de sentimentos, vontade de gritar, rir e chorar. Mas o sentimento que mais prevaleceu, foi a gratidão a Deus. Perceber que valeu a pena todo o esforço e confiar em Deus”.
Se depender da importância da proposta, a lei criada por Raquel se transformará em lei. A parlamentar disse que a probabilidade disso acontecer é real. “Conversei com autoridades locais e com funcionários e deputados da Alerj, é muito provável a aprovação por eles e a promulgação pelo governador, pois é um tema nunca abordado antes, e acreditamos que essa lei possa servir não só de influência estadual, mas chegar também a influenciar nacionalmente”, garante ela.
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Por Lívia Louzada