Para fazer diferença na gestão da saúde, principalmente para o Sistema Único de Saúde (SUS), a Prima Qualitá Saúde – uma Organização Social (OS), que administra unidades de saúde em quase todas as regiões do Estado do Rio de Janeiro – precisou utilizar de muita tecnologia. Atualmente administrando sete Unidades de Pronto Atendimento (UPA), sete hospitais gerais, cerca de 30 unidades de Atenção Básica, a empresa cuida de cerca de 300 mil pessoas, mas está capacitada para aproximadamente 1,5 milhão de pacientes.
A convite do CEO da Prima Qualitá, Matheus Neto, a reportagem da Folha conheceu o cérebro da empresa, o local onde a parte tecnológica se une ao serviço à saúde, que fica localizada na sede de São Gonçalo, anexa ao São Gonçalo Shopping.
Através de prontuários eletrônicos e coleta de dados em todas as unidades de saúde e também dos agentes de saúde que trabalham para a empresa nas cidades onde atuam, a Prima Qualitá consegue unir e consolidar essas informações para diversos fins, entre eles fornecer ao SUS, fornecer aos municípios que prestam serviço, mas também projetar estratégias para resolver questões e prevenir que pacientes tenham sua saúde agravada.
Matheus explica que o setor que une esses dados é o Business Intelligence (BI) – a inteligência de negócios se refere ao processo de coleta, organização, análise, compartilhamento e monitoramento de informações que oferecem suporte a gestão de negócios.
“Esse é o coração da nossa tecnologia, central de inteligência assistencial, onde está o nosso BI e o cérebro de toda nossa operação tecnológica. Esse setor é onde são consolidadas todas as informações dos serviços prestados nas unidades de saúde. Hoje ela (a Prima Qualitá) administra cerca de 90 unidades de saúde, são sete hospitais gerais, sete UPAs, cerca de 30 unidades de atenção básica, equipes de saúde mental e unidades especializadas. Nesses locais a gente recebe a base de dados de toda tecnologia passada por esse setor. Ela é usada tanto para prestação de contas dos nossos contratos, pois aqui é consolidada a nossa produção, assim como daqui são extraídas as estratégias de atuação nas nossas unidades”, explicou.
Ele conta que sem a utilização da tecnologia para gerir, não seria possível fazer um bom serviço.
“Como nós conseguiríamos, de forma efetiva, controlar a saúde de 300 mil pessoas na atenção primária (sem o BI)? Por exemplo, se um município quiser saber, quantas pessoas com determinada patologia tem em um determinado bairro, eu consigo essa informação com muita facilidade, ninguém precisa ficar olhando papel, tudo isso é extraído direto do nosso BI, através dessa unidade de inteligência assistencial. E daqui várias iniciativas de estratégia são traçadas para promover a saúde dessas pessoas”.
Angola
Inicialmente, o sistema de gestão da Organização Social foi inspirado na Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, mas hoje, é a Prima Qualitá que inspira outras instituições. Matheus Neto disse que vem recebendo visitas de diversas empresas, inclusive de planos de saúde, que querem aprender mais sobre o modelo de gestão da Prima Qualitá.
Mais recentemente essas visitas foram ampliadas e a empresa está recebendo visitas internacionais. Em julho, o diretor do Hospital Geral de Luanda, na Angola, esteve na Prima Qualitá com o diretor de ensino, José Janota, para levar ferramentas de gestão para a unidade de saúde.
“É impossível se fazer gestão em saúde de grandes populações sem ferramentas tecnológicas que atendam essa necessidade”, disse o CEO, que também lembra, “fazemos saúde enquanto ciência e com ferramentas de gestão utilizadas para o SUS”.
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Por Lívia Louzada
