O júri:
Num julgamento histórico nos Estados Unidos, um júri popular condenou o ex-policial branco Derek Chauvin pela morte do cidadão negro George Floyd.
A grande questão que os jurados tinham que responder era: neste momento, o então policial Derek Chauvin causou a morte de George Floyd ou não?
O juiz leu na tarde desta terça-feira (20) o veredito: por unanimidade, os 12 jurados decidiram que Derek Chauvin é culpado dos três crimes pelos quais era acusado, sendo o mais grave, homicídio culposo, aquele em que não há intenção de matar.
O juiz vai determinar a sentença em outro momento. A pena pode chegar a 40 anos de prisão.
Desde a tarde de segunda (19), os 12 integrantes do júri estavam isolados num hotel de Minneapolis. Foram pouco mais de dez horas de deliberações, ao longo de dois dias, até a decisão final.
O grupo permanece anônimo. De acordo com documentos do tribunal, eram quatro mulheres brancas, dois homens brancos, três homens negros, uma mulher negra e duas mulheres multirraciais.
Todo o julgamento foi transmitido ao vivo. Na segunda, acusação e defesa tinham apresentado as considerações finais. Foi o fim de três semanas de julgamento, com 45 depoimentos
Os promotores convocaram testemunhas que estavam lá, na hora, incluindo a adolescente que filmou o vídeo que correu o mundo. Elas descreveram momentos de desespero e impotência diante da violência do policial.
Relembre o caso:
A morte de Floyd, um homem negro de 46 anos, gerou indignação generalizada em maio passado, depois que um vídeo que capturou a abordagem do agente de segurança viralizou na internet, mostrando como Chauvin ajoelhou-se sobre o pescoço do suspeito durante mais de oito minutos.
Desarmado, o ex-segurança detido sob a suspeita de ter utilizado uma nota de 20 dólares falsa repetiu “eu não consigo respirar” diversas vezes até perder a consciência.
O incidente gerou protestos em todo o país contra a violência policial e o racismo, visto que o agora ex-policial é branco. Segundo o jornal americano The New York Times, foi o maior movimento popular pelos direitos civis desde os anos 1960.