Foi preso na manhã de hoje, quarta-feira (25), em uma mansão em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, o dono da GAS Consultoria Bitcoin, Glaidson Acácio dos Santos, na Operação Kryptos, da Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal e a Receita Federal, por suspeita de pirâmide financeira. A PF afirma que a fraude movimentou “cifras bilionárias” nos últimos anos. Na casa, policiais apreenderam R$ 20 milhões em espécie, entre notas de real, dólar e euro, e até barras de ouro.
Estão sendo cumpridos também nove mandados de prisão e 15 de busca e apreensão no RJ, São Paulo, Ceará e Distrito Federal. Até o momento, além de Glaidson, Tunay Pereirahavia sido preso no Aeroporto de Guarulhos (SP), tentando fugir para Punta Cana, na República Dominicana.
O programa ‘Fantástico’, do último domingo (22), foi exibiu uma reportagem em que mostrava que a GAS era investigada há cerca de dois anos pelo esquema, mas se disfarçava de consultoria em bitcoins, uma moeda digital.
Como funcionava
A empresa de Glaidson prometia lucros de 10% ao mês nos investimentos em bitcoins, mas a força-tarefa da polícia afirma que a GAS nem sequer reaplicava os aportes em criptomoedas, enganando duplamente os clientes. A organização tinha muitos investidores em Cabo Frio, na Região dos Lagos, que se tornou um paraíso dos golpes do tipo pirâmide financeira, nos últimos tempos, e ganhou até o apelido de Novo Egito.
“Nos últimos seis anos, a movimentação financeira das empresas envolvidas nas fraudes apresentou cifras bilionárias, sendo certo que aproximadamente 50% dessa movimentação ocorreu nos últimos 12 meses”, informou a PF.
De garçom a bilionário
A ascensão de Glaidson impressiona. Um registro do Ministério do Trabalho mostra que até 2014 ele recebia pouco mais de R$ 800 por mês como garçom. Em fevereiro deste ano, Glaidson fez uma festa de aniversário com direito a show do cantor João Gabriel. Dois meses depois, mais de R$ 7 milhões foram apreendidos em um helicóptero. O dinheiro estava em três malas e, segundo as investigações, seria levado para São Paulo por um casal que trabalhava para a GAS Consultoria Bitcoin.
Anteriormente, em um depoimento à polícia, Glaidson negou negociar criptomoedas. Alegou que atuava com “inteligência artificial, tecnologia da informação e produção de softwares”. Já para os clientes, o empresário dizia que investia no ramo das criptomoedas havia nove anos.