Caiu em golpe do Pix? Saiba se você pode recuperar o dinheiro perdido

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Apesar de todas as dicas, você caiu num golpe do Pix, sofreu um sequestro ou até enviou valores por engano . E agora? Consegue recuperar o dinheiro de volta? É possível em diversos casos, mas é preciso ser rápido para garantir esse direito.

Existe regra para recuperar o dinheiro? Marcelo Nagy, perito digital da STWBrasil, empresa de segurança e investigação cibernética, afirma que o banco pode devolver o dinheiro, pois existe uma normativa do Banco Central na qual foi definido o Mecanismo Especial de Devolução (MED). Esse instrumento permite recuperar o dinheiro da conta de destino e devolver para a conta de origem, se for constatado que um Pix foi feito erroneamente, por fraude ou extorsão.

O que devo fazer? É preciso registrar um boletim de ocorrência logo após ligar para o banco. Se o golpista tirar o dinheiro da conta por saque, o que normalmente acontece, não existe mais possibilidade de funcionamento do MED que só pode restituir o dinheiro que não for sacado fisicamente.

Em geral, dependendo do estado, é possível fazer o boletim de ocorrência pela internet. Os detalhes de quanto foi transferido, o horário e a ocasião devem ser informados.

E o que fazer se o banco não devolver o dinheiro? O boletim de ocorrência deve ser usado para fazer uma reclamação formal no Banco Central e em órgãos dos consumidores como o Procon. Também será necessário ingressar na Justiça com um advogado. É importante ter todos os documentos com as informações e comprovações do golpe para tentar recuperar a quantia perdida por meio judicial.

Fique de olho nos principais golpes do Pix.

Promessas de lucro imediato

Vários sites e conversas em redes sociais falam de bug, robô ou “Urubu do Pix”. A promessa é que, se a pessoa transferir um valor pequeno para uma chave aleatória, recebe de volta um valor bem maior. Por exemplo, envia R$ 1 e recebe R$ 10.

Isso até acontece na primeira vez. Com isso, a vítima é estimulada a mandar um valor maior, e depois percebe que não terá nenhum outro retorno.

Contas de consumo falsas

Boletos falsos simulam contas de luz, água, telefone e outros compromissos financeiros. A pessoa paga e só vai descobrir o golpe quando é informada que estava devendo a conta verdadeira. Os boletos podem chegar por email ou correio.

Clonagem de WhatsApp

O criminoso virtual que clonou o WhatsApp de alguém pede dinheiro emprestado para os contatos da vítima, como familiares e amigos que não estão cientes da clonagem do número no aplicativo.

De acordo com Marcos Antonio Simplicio Jr, especialista em cibersegurança, do departamento de engenharia de computação e sistemas digitais da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), a melhor arma contra a engenharia social é a desconfiança.

Faça alguma pergunta pessoal para confirmar a identidade, como “E a esposa, está bem?” para um contato que não seja casado. Ou simplesmente ligue diretamente para a pessoa.

Sites de compras e promoções falsas

Páginas falsas simulam sites de empresas com pequenas modificações no endereço na barra do navegador. Os valores dos produtos são colocados em uma promoção que parece imperdível somente para atrair os desavisados, que informam os dados pessoais e por fim fazem o pagamento da compra online via Pix.

Roubo do celular e sequestro-relâmpago

Caso o aparelho tenha sido furtado ou roubado, o criminoso tenta fazer o Pix depois de descobrir senhas, principalmente se elas forem fáceis como “1234” ou datas de aniversários.

Se o celular estiver desbloqueado na hora do furto, o golpe financeiro se torna maior por causa da disponibilidade de tempo antes que o dono ative o bloqueio dos apps bancários.

Existem casos em que sequestradores acabam obrigando a vítima a informar os dados bancários. Nesta situação, o recomendável é não reagir.

Como se proteger de golpes do Pix

  • Para evitar clonagem do WhatsApp, configure um PIN de 6 dígitos no aplicativo e nunca entregue para terceiros códigos recebidos por SMS (isso vale para clonagem do app e várias outras fraudes);
  • Sempre é importante não clicar em links, tanto de emails quanto em redes sociais sem ter certeza de que são confiáveis, pois isso pode permitir o roubo de dados ou dar acesso total do dispositivo ao golpista;
  • Nunca faça Pix emergencial sem antes confirmar presencialmente o pedido;
  • Evite compartilhar as informações pessoais em redes sociais, pois os golpistas usam isso para enganar as vítimas tentando criar uma relação de confiança;
  • Tenha um celular para sair na rua sem apps bancários;
  • Não tenha configurado no celular o seu email usado em bancos para o golpista não recuperar a senha com o recurso “Esqueci a senha”;
  • Considere contratar um seguro digital para proteção de transações realizadas por fraudes.

Crédito: uol

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