O homem preso em flagrante, nesta quarta-feira (26), por manter a esposa, de 35, em cárcere privado por pelo menos 15 anos em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, também ficava com toda a pensão da vítima.
Segundo a Polícia Civil, Reginaldo da Silva, de 54 anos, já tinha sido acusado de abusar sexualmente das filhas do casal e perdeu a guarda delas por essa razão.
“Ele mantinha a vítima em local totalmente insalubre, dopada, trancada dentro de um quarto”, afirmou a delegada Mônica Areal. “Quando os agentes chegaram lá, ainda encontraram remédios sem nenhum tipo de rótulo, sem receita, sem validade”, detalhou.
“É muito importante salientar que, fora esse domínio físico e moral, ele também tinha o domínio financeiro da vítima, porque ele pegava no banco a pensão que era pra ela e, logicamente, não repassava”, destacou a delegada.
“Esse autor, que é tão covarde, machuca a família como um todo, inclusive os animais domésticos. Nós esperamos que essa vítima se recupere e estamos muito felizes porque, finalmente, ela se libertou do julgo não de um marido, mas de um algoz”, frisou a delegada.
Como foi o flagrante
A investigação começou depois da denúncia da psicóloga das filhas do casal, que suspeitou que o homem já tinha abusado sexualmente delas.
Agentes da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Nova Iguaçu foram ao local, na Rua Santa Clara. Eles encontraram a vítima presa dentro de casa, trancada por um cadeado.
À polícia, a mulher disse que Reginaldo a prendia com frequência dentro do quarto e disse que ainda não tinha se alimentado naquele dia. O cômodo tinha paredes sujas e condições precárias.
Segundo os agentes, a vítima parecia estar dopada, e foram encontrados medicamentos dentro de potes, sem identificação.
Enquanto os policiais conversavam através do portão com a vítima, o suspeito chegou próximo à casa e foi identificado por um vizinho.
Os policiais ainda encontraram uma cadela presa por uma corrente a uma árvore, em meio a entulhos, e gatos na casa. Reginaldo vai responder por maus-tratos aos animais.
Crédito: g1