Flamengo ganhou dias de paz após vencer o Vasco no jogo de ida da semifinal. O resultado evidencia mais um passo deste início de trabalho de Vítor Pereira e traz à tona duas premissas que já definiu o time em diferentes momentos: ataque vai bem, mas defesa é frágil.
A vitória por 3 a 2 faz o Flamengo de Vítor Pereira chegar a incrível marca de 32 gols marcados em 17 jogos – tendo sofrido18 gols neste mesmo período. É bem verdade que o ataque vive por lampejos de qualidades individuais e as dez vitórias são conquistadas para além de uma boa atuação coletiva.
Vítor Pereira escolheu um time com três zagueiros e dois volantes para ir a campo. No ataque, a responsabilidade ficou dividida para o trio: Arrascaeta, Gabi e Pedro. Brilhou o uruguaio que desequilibrou o meio, e o camisa 9 que fez valer o faro de centroavante.
As temporadas passadas fizeram a régua de ‘boas atuações’ do camisa 14 ser bem alta. Não à toa, neste início de ano muitas críticas foram feitas. Contra o Vasco, Arrascaeta deu indícios de que está voltando à forma e reforçou que um lampejo de boa atuação é o suficiente para carregar o time nas costas.
Arrascaeta terminou o jogo com duas participações diretas: um gol e uma assistência.
A dependência da criatividade do uruguaio se dá ainda mais com a opção de VP em manter Everton Ribeiro no banco pela segunda partida consecutiva – algo que não acontecia desde 2019. O camisa 7 até entrou no segundo tempo e participou de umas articulações de jogadas.
No ataque, destaque também para Pedro que na primeira oportunidade clara não desperdiçou e marcou o gol – o segundo do Flamengo, que até o momento garantia a virada. Até aquele momento, fim do primeiro tempo, o camisa 9 estava 100% de acertos em passes.
O retorno de Pedro ao time foi para lembrar as escalações que se tornaram rotineiras desde a passagem de Dorival Júnior pelo Ninho do Urubu. O atacante garantiu o pivô e fez uma de suas partidas mais participativas na temporada. O encaixe funcionou naturalmente mesmo não acontecendo desde a final da Recopa.
Defesa ainda é frágil
Se o ataque cumpre o papel, a defesa rubro-negra por vezes coloca em xeque o trabalho. O roteiro de falhas individuais parece ser repetido no Flamengo. O desequilíbrio defensivo, em algum momento, já foi pedra no sapato de praticamente todos os treinadores que passaram no clube.
Neste jogo, três lances em específico chamaram atenção para a oscilação da defesa, que quase comprometeu o resultado final.
O primeiro foi uma desatenção de Rodrigo Caio fez o zagueiro praticamente dar uma assistência para Gabriel Pec abrir o placar. O Vasco chegou ao segundo gol com Léo, mas foi anulado. No lance, a zaga desatenta deixa Pedro Raul chutar para grande defesa de Santos, e Léo escorou sozinho no rebote.
No terceiro lance, uma jogada de contra-ataque do Vasco resultou no gol de Alex Teixeira. Fabrício Bruno dá espaço, Thiago Maia chega atrasado e o atacante cruzmaltino conseguiu colocar a bola na rede.
A formação defensiva parece estar em aberto. Apesar de estar usando três zagueiros nas últimas escalações, Vítor Pereira afirmou que isso está longe de ser uma verdade absoluta neste Flamengo. O treinador ainda busca o encaixe ideal já que é segundo time da Série A com mais gols sofridos no ano – fica atrás do Bahia, com 25.
Seja com três zagueiros, ou dois, a recomposição defensiva rubro-negra precisa de ajuste. O Flamengo ainda não encontrou a proteção da zaga depois da saída de João Gomes e vive refém de um encaixe que o treinador ainda não encontrou.
“É uma questão de tempo para esta equipe se tornar muito difícil de se derrotar”, disse VP em coletiva.
O tempo, por enquanto, ainda está a favor de Vítor Pereira, que ganhou quase uma semana em paz até o próximo compromisso. No próximo domingo, o treinador português saberá se continuará com o tempo a seu favor ou se será tarde demais para ajeitar a equipe.
O Flamengo volta a campo contra o Vasco no domingo, às 18h, no Maracanã.
Crédito: ge.globo.com