Ilha do Marajó ganha notoriedade pela internet na última semana. Uma cantora gospel Aymeê viralizou com sua música “Evangelho de Fariseus”. A canção citou as explorações sexuais de crianças que acontecem na Ilha do Marajó, no Pará, trazendo uma nova visibilidade para o assunto.
Entretanto, por mais que tenha ressurgido, o assunto não é novo. Em 2006, acusações de pedofilia e exploração sexual infantil foram alvo de um inquérito iniciado pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.
Documentos da época relatavam que os casos de exploração infantil na Ilha do Marajó tinham envolvimento de políticos locais. Os aliciadores levariam meninas para se prostituir em Belém e, depois, as levavam para a Guiana Francesa.
Anos depois, em 8 de outubro de 2022, a então ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, falou sobre o assunto em um culto evangélico. Ela relatou – sem apresentar nenhuma evidência – que crianças na região tinham dentes arrancados para facilitar o sexo oral.
Leia também – Mulher tenta fugir com cosméticos e arrasta vendedora pela janela do carro siga nossa Redes Sociais.
As autoridades do Pará, como o Ministério Público, pediram para que a ministra apresentasse provas do que estava falando, mas elas nunca foram entregues. O MP acabou por ajuizar uma ação civil pública contra Damares após o pedido de 19 procuradores da República.
Segundo a ação, a senadora e a União deveriam indenizar a população do Arquipélago de Marajó (PA) em R$5 milhões por divulgar notícias falsas sobre o local. Segundo o MPF, Damares queria usar a narrativa para ajudar o ex-presidente Jair Bolsonaro a se reeleger.
População reage e programa é instalado na Ilha do Marajó
Agora, pessoas nas redes sociais estão cobrando posicionamento de políticos e canais de notícia sobre o caso. “Eu nunca mais vou ser a mesma pessoa depois de ver tantos vídeos sobre a Ilha do Marajó”, escreveu uma internauta.
Atualmente a Ilha do Marajó é assistida pelo Programa Cidadania Marajó, que foi lançado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Ele tem como objetivo o combate à exploração e ao abuso sexual de crianças e adolescentes no local.
Crédito: RIC.com.br