Moradores do Catiri, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, denunciam ‘contribuição mensal voluntária’ à milícia , que varia de R$ 80 a R$ 120, de moradores de comerciantes. Aqueles que não pagam o valor da “contribuição mensal voluntária” podem ser agredidos ou até mesmo expulsos da comunidade.
O pagamento é feito por carnês, boletos e até cartelas que são distribuídas na região.
Ainda segundo os moradores, no início a cobrança era de R$ 40. Hoje, o valor é o dobro. Mas, de acordo com quem vive na comunidade, os milicianos já ameaçam aumentar para R$ 100. Já para comerciantes o valor pode chegar a R$ 120 dependendo do comércio.
Atualmente, a região do Catiri é disputada a bala entre o Comando Vermelho (CV) e a milícia desde 2023. A milícia da região era comandada por Marcos Antônio Figueiredo Martins, conhecido como Marquinho Catiri, morto em novembro de 2022, na guerra entre bicheiros pelo monopólio do jogo ilegal na Grande Tijuca e na Zona Sul do Rio.
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De acordo com o Disque-Denúncia de 1º de janeiro a 7 de fevereiro deste ano, foram registradas 7 denúncias sobre atividades criminosas no Catiri.
Para o secretário de Segurança do RJ, o delegado Victor Santos, “Rio das Pedras, Macacos e Catiri são a ‘coroa da rainha’ do tráfico: ‘Se forem tomadas, logística do CV vai melhorar significativamente’”.
Para evitar perder o comando, segundo denúncias do Disque-Denúncia, os milicianos monitoram a entrada de rivais e da polícia com câmeras que foram instaladas em postes do Catiri.
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Além disso, paramilitares estariam invadindo casas de moradores e permanecendo em cima das lajes para observar a movimentação da polícia e possíveis invasões de traficantes.
A Polícia Militar disse que o comando do 14º BPM (Bangu) vem atuando de maneira estratégica na região do Catiri, com base em informações do setor de inteligência e em conjunto com a Polícia Civil.
Ainda segundo a PM, apenas nos últimos quatro meses, 32 criminosos foram presos e 35 armas foram apreendidas, dentre elas 16 fuzis na região de Catiri, Cancela Preta e Jardim Bangu.
Por sua vez, a Polícia Civil afirmou que investiga a ação de grupos criminosos na região. Agentes monitoram as atividades ilegais praticadas e realizam diligências para identificar e responsabilizar criminalmente todos os envolvidos.
Crédito: g1