Covid-19: China anuncia adesão à Covax, coalizão da OMS por vacinas

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A China anunciou nesta sexta-feira sua adesão à iniciativa Covax, coalizão internacional liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que visa acelerar o desenvolvimento de vacinas e universalizar o eventual imunizante capaz de bloquear infecções pela Covid-19. As conversas entre o país asiático e a aliança se intensificaram na última semana, e Pequim comprará vacinas contra o novo coronavírus para 1% de sua população, ou 15 milhões de pessoas.

Apesar de contar com quase 170 países, a Covax não recebeu endosso das principais potências mundiais à frente de investimentos expressivos em ensaios clínicos por uma vacina contra a Covid-19, como os Estados Unidos e a Rússia, além da China. A decisão de Pequim de integrar o programa significa que o país “adquirirá vacinas por meio do mecanismo para uma proporção de sua própria população, assim como com outros países”, disse um porta-voz do Gavi, que colidera a iniciativa, mais cedo.

A primeira leva de vacinas disponível por meio do plano terá um suprimento pequeno, por isso haveria menos para outros países se a China tivesse obtido doses para uma parcela grande de seus 1,4 bilhão de habitantes, disse a porta-voz da chancelaria, Hua Chunying, em uma entrevista coletiva.

A China tem ao menos quatro vacinas experimentais nos estágios avançados de testes clínicos, e está conversando com a OMS para que as vacinas que ela mesma fabrica sejam avaliadas para uso internacional. A Covax planeja distribuir dois bilhões de doses de vacinas pelo planeta até o fim de 2021.

A entrada da nação asiática na aliança fortalece não apenas a iniciativa da OMS como a narrativa do governo chinês, apontado pelos Estados Unidos como o responsável pela pandemia da Covid-19.

China alfineta EUA

Países que aderiram ao mecanismo Covax que se autofinanciam podem pedir doses de vacina suficiente para 10% a 50% de suas populações, disse o Gavi em seu site, e países financiados receberão doses suficientes para vacinar até 20% de suas populações no longo prazo. Pelo Twitter, Hua defendeu a a adesão de Pequiim à coalizão em uma fala ao mundo exterior, uma vez que a rede social é bloqueada em seu país.

“Mesmo com a China na liderança mundial, com várias vacinas em estágios avançados de testes e com ampla capacidade de produção, decidimos ainda assim entrar na Covax”, escreveu a porta-voz.

Centenas de milhares de pessoas já foram vacinadas na China, ainda que nenhum imunizante tenha sido homologado ou comprovado cientificamente como seguro e eficaz contra o Sars-CoV-2. O país autorizou o uso emergencial de algumas fórmulas produzidas no país para profissionais da saúde e trabalhadores de setores essenciais, além de funcionários de companhias estatais.

Segunda fórmula na Rússia

A vizinha Rússia, que se declarou como a primeira nação a registrar uma vacina contra a Covid-19 em agosto, pretende homologar uma segunda fórmula. O anúncio foi feito nessa sexta-feira pelo laboratório Siberia’s Vector Institute, responsável pelo desenvolvimento do imunizante.

Segundo a instituição, o primeiro estágio dos ensaios clínicos da vacina candidata foi concluído em setembro. A primeira fórmula aprovada pelo país, a Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleia, está na terceira e última fase de estudos. A velocidade dos testes, no entanto, atraiu ceticismo de boa parte da comunidade científica internacional. Posteriormente, dados divulgados pelo laboratório russo que apontaram para um grande índice de eficácia foram colocados em dúvida.

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