Estabilidade da pandemia é positiva, mas números no Brasil ainda são altos, alerta OMS

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O diretor de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan, afirmou nesta segunda-feira (12) que o Brasil está registrando estabilização e queda dos casos de Covid-19, mas que essa tendência ocorre a partir de números “muito, muito altos” e que a situação atual no país não é sinônimo de segurança.

“Nenhum país está fora de perigo ainda” – Michael Ryan, diretor na OMS

Na última semana, o Brasil passou das 150 mil mortes por coronavírus e dos 5 milhões de casos. Apesar dos números altos, a média móvel de mortes por Covid-19 ficou abaixo de 600 pela primeira vez desde maio, segundo o consórcio de veículos de imprensa.

“Como vimos nos últimos meses, o número de casos reduzido não significa que o surto não vai voltar. Precisamos continuar vigilantes. O Brasil é um país grande e precisamos ter atenção aos lugares onde os números ainda seguem em alta” – Michael Ryan.

Segundo Ryan, a diminuição dos principais indicadores não significa que eles não possam subir novamente.

Ressurgimento na Europa

A líder técnica da OMS, Maria van Kerkhove, reforçou que os países devem continuar com as medidas contra o novo coronavírus. “Estamos vendo o ressurgimento da Covid-19 nos países europeus, por exemplo”.

O mundo bateu recorde de casos diários de coronavírus em outubro. Segundo a OMS, o aumento no número é puxado por um novo surto na Europa.

Imunidade coletiva não é opção

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou que “não é uma opção” deixar o novo coronavírus circular livremente para que a população adquira imunidade de rebanho, como alguns sugeriram.

“A imunidade coletiva é um conceito usado para vacinação, no qual uma população pode ser protegida de um determinado vírus se um limite de vacinação for atingido” – Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Ele lembrou que nunca na história da saúde pública essa imunidade coletiva foi usada como estratégia para responder a um surto de doenças, muito menos a uma pandemia. “Isso é científica e eticamente problemático”, ressaltou.

A pandemia do novo coronavírus causou mais de um milhão de mortes no mundo desde que o escritório da OMS na China registrou o aparecimento da doença no final de dezembro.

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