Fonoaudióloga suspeita de torturar crianças autistas em clínica xingava pacientes em mensagens

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O g1 teve acesso a prints que mostram que a fonoaudióloga suspeita de torturar crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em sua clínica particular em Duartina, no interior de SP, xingava os pacientes em mensagens. Em uma delas, ela escreveu: “O [nome] cagou minha sala inteira. Filho da p***”.

Os prints fazem parte do inquérito policial que investiga as denúncias de várias mulheres cujos filhos foram atendidos pela profissional. Para preservar as crianças, nenhuma das três mães ouvidas pela reportagem será identificada.

“Jesus, que o [nome] durma”, “9h e o chato do [nome]”, “O [nome] está insuportável”, “Demônio chegou para encher o saco” são exemplos de xingamentos emitidos pela fonoaudióloga nas mensagens (veja acima).

“Dá uma disfarçada, sabe, finge que eu tô atendendo” e “Eu não vou à tarde para a clínica amiga, inventei para a [nome] que tenho reunião” são mensagens apresentadas no inquérito que mostram que a profissional não prestava os atendimentos corretamente.

O g1 também conversou com a ex-funcionária que registrou as imagens, áudio e vídeos das crianças durante o atendimento e os entregou à polícia. O celular dela foi apreendido pela delegacia.

Contratada como acompanhante terapêutica de um dos meninos atendidos, a mulher disse que a fonoaudióloga a instruía a forjar os atendimentos não realizados nas agendas das crianças. Além disso, mantinha os pacientes em cárcere, trancados em uma sala específica, chamada de “sala de luz”. Ela ainda afirmou que optou por formalizar a denúncia quando viu o menino receber um tapa.

No inquérito, ainda consta que, pelas mensagens fornecidas, é evidente que as crianças ficavam com a ex-funcionária que denunciou o caso sem receberem as sessões individualizadas e multidisciplinares prometidas pela clínica da fonoaudióloga.

“Nas conversas é possível ver ainda a preocupação da fonoaudióloga em mentir para os pais, visando esconder o que ocorria na clínica”, detalha o inquérito.

O inquérito ainda investiga a atuação da terapeuta ocupacional, que também teria ofendido as crianças e não prestava os atendimentos pagos pelas mães. As conversas são de 29 de março a 8 de abril (veja acima).

“Se referiam às crianças com bastante deboche, ironia, demonstrando desinteresse profissional, o que confirma os crimes de estelionato e tortura, com intenção de causar sofrimento nos meninos ao colocá-los na área de luz”, aponta o inquérito.

De acordo com o delegado Paulo Calil, as filmagens feitas com aparelho foram encaminhadas para perícia e serão avaliadas. O delegado responsável pelo caso também disse que apura o crime de tortura, que, se comprovado, é inafiançável.

Em nota, a defesa da fonoaudióloga informou que colabora com as investigações policiais. Além disso, afirmou que a família teve de sair da casa com medo de represálias.

“É necessário destacar que não houve ainda sequer a constituição formal de inquérito policial, de modo que todas as informações referentes às denúncias devem ser analisadas com cautela e prudência, tanto em respeito à pessoa das acusadas como às supostas vítimas. Todo o conteúdo até então reunido em investigação deverá ser confrontado com outros meios de prova, de modo que as informações existentes até então não indicam de forma cabal a ocorrência de qualquer ilícito. No momento oportuno, a verdade seja aclarada a todas as partes interessadas no feito, visto que os documentos juntados até o momento nos autos não são suficientes para embasar as alegações”, diz a nota.

 

Crédito: g1

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