A Prefeitura de Maricá lançou na noite de quarta-feira (26/10), em Araçatiba, o livro “Darcy Ribeiro em Maricá – A Utopia é aqui”, criado em parceria com Fundação Darcy Ribeiro. A iniciativa da Diretoria de Economia Criativa e Sustentabilidade da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) teve curadoria do artista e arquiteto brasileiro Gringo Cardia e coordenação editorial de José Ronaldo Cunha e Bete Capinan.
O lançamento marca as celebrações pelo centenário do antropólogo, sociólogo, educador e escritor Darcy Ribeiro, considerado referência em políticas públicas no Brasil e faria 100 anos nesse dia 26 de outubro. O evento marcou ainda a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, comemorada de 23 a 29 de outubro. O prefeito de Maricá, Fabiano Horta, destacou a importância da valorização dos escritores e também dos professores presentes no evento.
“Carrego comigo os vínculos de significados para o Brasil e para Maricá, um marco, um fundamento, um olhar para dentro. Quero parabenizar a todos, que juntos fizeram essa grande obra que relata esse mestre, que nos deixou um grande legado e uma lição que tinha um olhar de humanidade”, comentou o prefeito Fabiano Horta.
Com 720 páginas, a livro fala sobre a casa onde Darcy Ribeiro morou na Praia de Cordeirinho, em Maricá, a relação do antropólogo com o imóvel, projetado pelo amigo e arquiteto Oscar Niemeyer, além de trazer fotos inéditas do escritor, assim como textos sobre sua vida e obra. O imóvel está sendo restaurado para se tornar um museu na cidade e será aberto à visitação em 2023.
“Esse deve ser um dos trabalhos mais importantes que já fiz em relação aos museus. Darcy abre as portas para o que acreditamos para a educação, para o território indígena, para a cultura e democracia. Aqui em Maricá temos um time e eu tenho orgulho de apresentar e carregar comigo esse livro para todos os lugares. Esse é o melhor e mais bonito livro que eu já fiz. Agradeço imensamente pela oportunidade e por toda confiança e liberdade dadas para mim”, afirmou Gringo Cardia.
Legado Darcy Ribeiro vive
Darcy nasceu no dia 26 de outubro de 1922 em Montes Claros, no norte de Minas Gerais, e destacou-se por trabalhos desenvolvidos nas áreas de educação, sociologia e antropologia, tendo forte participação na educação nacional e no apoio à criação dos Centros Integrados de Educação Pública, mais conhecidos como CIEPs. Além da construção da Universidade de Brasília e da dedicação à causa dos povos indígenas, participou de lutas importantes na segunda metade do século 20.
“É um orgulho falar de Darcy Ribeiro. Um ser humano que escolheu Maricá para morar e aqui temos o orgulho de ter uma cidade inclusiva. Temos hoje um dos melhores prefeitos do Brasil, que investe em educação, cultura e no povo. Temos que, além do lançamento desse mega livro, celebrar o prefeito e as escolhas que Maricá faz para nossa cidade. Aqui temos o legado do Darcy vivo! Esse é um projeto que está só começando”, disse o presidente da Codemar, Olavo Noleto.
A cerimônia contou com a participação dos escritores e colaboradores da obra, secretários municipais, vereadores e convidados, que ganharam um exemplar autografado. Para o empresário Antônio de Azevedo Alves, que é morador de Niterói e tem uma casa em frente à residência de Darcy, foi gratificante participar do lançamento do livro.
“Tive a oportunidade de conviver e adquirir uma casa próxima a do Darcy. Por influência de meu irmão e do próprio Darcy, me apaixonei por Maricá. E participar desse lançamento é um grande privilégio!”, disse o empresário que também homenageia o escritor com fotos em seu restaurante em Niterói.
Sobre a casa de Darcy
Darcy morou em Maricá e teve a casa projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer. São 11 cômodos, em formato côncavo e com paredes em curvas, similares a uma oca, uma referência aos povos indígenas, admirados por Darcy Ribeiro. Na entrada principal, há uma estátua de bronze do antropólogo posicionada de frente à praia, em alusão à sua paixão pela Praia de Cordeirinho. Dentro, estão objetos pessoais dele e estruturas que remetem à sua trajetória. O imóvel passou para a administração municipal por meio de um comodato, assinado em fevereiro de 2009 junto à Fundação Darcy Ribeiro, com objetivo de resgatar e compartilhar as ideias do antropólogo.