O ex-ministro Moreira Franco, chegou ao Batalhão Especial Prisional (BEP), em Niterói, por volta das 20 horas desta quinta-feira (21). Ele foi preso junto com o ex-presidente Michel Temer (preso em São Paulo) pela força-tarefa da Lava Jato do Rio de Janeiro. Temer também iria para Niterói, a Justiça acatou um pedido da defesa e ele vai ficar em uma sala na sede da Superintendência da Policia Federal no Rio de Janeiro onde já chegou no início da noite. Ambos são são acusados de receber propina de obras relacionadas à Usina Nuclear Angra 3, no Rio de Janeiro.
Durante todo o dia, diversas pessoas que passavam pelo BEP gritavam em protesto. No final da noite, algumas pessoas – mesmo com a chuva – ficaram na porta e gritaram ‘ladrão’ durante a chegada do ex-ministro. Moreira Franco entrou rápido amparado por seus advogados, que pediram para a viatura ser posicionada na frente da porta, para que Moreira Franco não fosse filmado. O coronel João Baptista Lima Filho, até às 21 horas, ainda se encontrava em São Paulo.
No BEP já se encontra o ex-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, preso na Operação Boca de Lobo decorrente da delação premiada de Carlos Miranda, operador financeiro de Sergio Cabral, e que, após dois anos detido em Benfica, passou ao regime de prisão domiciliar. A PF cumpre, ao todo, 10 mandados de prisão.A decisão, foi uma solicitação do Ministério Público (MP) acatada pelo juiz Marcelo Bretas. Segundo informações, Moreira foi preso pela Polícia Federal do Aeroporto do Galeão.
A ação que levou a prisão do ex-presidente é um desdobramento das Operações Descontaminação e Radioatividade, que investigam desvios nas obras da Usina de Angra 3 e tem como base a delação do empresário José Antunes Sobrinho, dono da Engevix.
ACUSAÇÃO — O empresário disse à PF que pagou R$ 1 milhão em propina, a pedido do coronel João Baptista Lima Filho (amigo de Temer), do ex-ministro Moreira Franco e com o conhecimento do ex-presidente. A Engevix fechou um contrato em um projeto da usina de Angra 3. A investigação é um desdobramento das operações Radioatividade, Pripyat e Irmandade. De acordo com a investigação, que apura os crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro, pagamentos ilícitos foram feitos por determinação de José Antunes Sobrinho para o grupo criminoso liderado por Michel Temer, assim como possíveis desvios de recursos da Eletronuclear para empresas indicadas pelo grupo.
Fonte e foto: Jornal A Tribuna