Rosas, presentes e declarações de amor são os clichês do Dia Internacional da Mulher, celebrado na última sexta-feira (8). Mas ainda há muita luta pela frente para que o 8 de março não precise mais chamar a população à reflexão e seja motivo apenas de comemoração, apesar dos avanços por igualdade de gênero conquistados pela causa feminista. Números mostram que a violência contra a mulher, uma das amarras históricas que o sexo feminino enfrenta, está longe de ser superada. Segundo a Coordenadoria Municipal de Políticas e Direitos das Mulheres (Codim), nos dois primeiros meses deste ano, 209 vítimas buscaram ajuda no Centro Especializado de Atendimento às Mulheres (Ceam). No mesmo período do ano passado foram 42 assistências.
Os dados consolidados nos últimos dois anos também revelam uma alta: enquanto 633 mulheres foram atendidas pelo Ceam em 2017, 829 acionaram o serviço no ano passado.
Machismo e homofobia
No domingo passado, mais uma mulher niteroiense foi vítima de agressão pelo simples fato de ser mulher. Após rechaçar uma cantada agressiva de um homem num bloco de carnaval, a funcionária pública Maira Lopes, de 23 anos, foi atacada com chutes e empurrões. Do chão, ainda ouviu xingamentos homofóbicos do agressor porque estava acompanhada de sua namorada. Com medo, Maira foi para casa cuidar dos ferimentos e hematomas.
As marcas físicas da violência, embora ainda visíveis, vão desaparecer. Já o trauma decorrente do episódio será difícil esquecer.
Fonte: Jornal O Globo