O Conselho de Administração da Petrobras aprovou, ontem, quinta-feira (16/6), aumento do preço da gasolina e do diesel. A reunião que decidiu o reajuste aconteceu durante o feriado, em convocação de emergência. Os valores devem ser anunciados nesta sexta-feira (17/6).
Apesar de não estar sob a responsabilidade do conselho esse tipo de medida, o presidente do órgão, Márcio Weber, convocou a reunião para tentar dar um fim à crise que toma conta do assunto. O fato de, segundo a Petrobras, os preços estarem abaixo do mercado internacional fez com que o conselho tomasse a decisão.
Há quase 100 dias, a estatal não aumenta a gasolina, enquanto o último reajuste do diesel veio 37 dias atrás. Segundo a Associação Brasileira dos Importadores e Combustíveis (Abicom), a defasagem em relação ao combustível no mercado externo é de até 18% no diesel e de 14% na gasolina.
Com o impasse entre as demandas do governo e do Congresso – que querem os preços mais baixos – e do mercado – que insiste na política de preço de paridade de importação (PPI) –, o conselho apostou no aumento.
A maioria dos participantes afirmou que é da competência do conselho tomar esse tipo de decisão e que isso estaria no estatuto. Geralmente, valores de combustíveis passam por um comitê que tem como integrantes o presidente da companhia, José Mauro Coelho, e os diretores de Finanças e Comercialização e Logística, Rodrigo Araújo e Cláudio Mastella.
Críticas de Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar os aumentos concedidos pela Petrobras em live semanal, na quinta-feira (16/6), e atacou novamente a estatal, seus diretores, acionistas minoritários e o reajuste no preço dos combustíveis que a empresa está prestes a anunciar.
“Espero que a Petrobras não queira aumentar o diesel e a gasolina nesses dias em que estamos negociando com o Parlamento, com tremenda boa vontade dos parlamentares”, disse o presidente, referindo-se ao corte de impostos sobre diesel e gasolina, que foi aprovado pelas duas Casas.