A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) concluiu que é de São Gonçalo um dos traficantes acusados de assassinar a universitária Matheus Passarelli Simões Vieira, a Matheusa, no Morro do Dezoito, em Água Santa, na Zona Norte do Rio, em abril de 2018. Até hoje o corpo de Matheusa não foi encontrado e a delegada Elen Souto, responsável pela investigação, apurou que a universitária foi morta com um tiro de fuzil e, em seguida, teve o corpo esquartejado e queimado.
De acordo com a polícia, Matheusa saiu desorientada de uma festa e correu nua pelas ruas num trajeto de 1,6km pelas ruas Cruz e Souza, Bernardo, Paraná e da Pátria, até chegar ao Clube da Várzea, próximo ao acesso do Morro do Dezoito, quando foi interceptada pelos bandidos. O trajeto foi refeito pela DDPA, que coletou imagens de câmeras de segurança.
Ao chegar num dos acessos da comunidade, ela foi abordada por um grupo de traficantes e levada para o tribunal do tráfico. Durante seu julgamento, a universitária falava palavras desconexas e tocou no fuzil de um traficante, na tentativa de convencê-lo a não matá-la.
“Matheusa foi capturada pelos traficantes e levada até uma área no alto do morro. Estava desorientada e tentou convencer um traficante a largar a arma. Quando encostou na arma, levou um tiro de fuzil”, narrou a delegada.
Segundo Elen Souto, o traficante que atirou em Matheusa é conhecido como “Pe da Boa” e oriundo de uma comunidade do Boa Vista, em São Gonçalo. Na época do crime, ele estava buscando abrigo no Morro do Dezoito. A DDPA segue trabalhando para descobrir a identificação completa do criminoso.
As investigações já apontaram que os traficantes Genilson Madson Dias Pereira, o GG, e o chefe do tráfico no Dezoito, Messias Gomes Teixeira, o Feio, participaram do tribunal e foram os responsáveis por dar a ordem para que o corpo fosse incinerado. A dupla teve a prisão decretada pela juíza Viviane Ramos de Faria, da 1ª Vara Criminal, acusados de homicídio doloso e ocultação de cadáver.
Recordando – Matheus Passarelli era de Rio Bonito e cursava Artes Visuais da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. A estudante era não binária e não se identificava como nenhum gênero, e era chamada de Matheusa por familiares e amigos.
Matheusa desapareceu após sair de uma festa de aniversário de uma amiga, na Rua Cruz e Souza, no Encantado, em 29 de abril do ano passado. Ela teria ido ao evento para fazer uma tatuagem na aniversariante, mas a menina desistiu. A desistência teria causado uma frustração na universitária, que saiu correndo desorientada, tirando peças de roupa pela rua, e falando frases desconexas.