Vítima de assédio no Carmela Dutra diz que precisou esconder os seios com a mochila para falar com professor

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Uma aluna do Instituto Estadual de Educação Carmela Dutra, em Madureira, na Zona Norte do Rio, relatou em depoimento, no fim da manhã desta terça-feira, na 29ª DP (Madureira), como foi um dos assédios sofridos por um professor da escola. Acompanhada de um responsável, a adolescente disse que, ao se aproximar para falar com o docente, ele ficou olhando acintosamente para os seus seios. A estudante ficou constrangida e chegou a cobrir os seios com a mochila, mas o homem continuou olhando.

Uma outra aluna, também acompanhada pelo responsável, prestou depoimento na sexta-feira (4) e relatou que o mesmo professor, citado no depoimento desta terça-feira, colocou a mão no seu ombro, deslizou pelo braço e acariciou maliciosamente a palma da sua mão. As vítimas estão recebendo apoio jurídico de advogados da subseção Madureira/Jacarepaguá da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Neilson Nogueira, outras três meninas que teriam testemunhado os assédios serão intimadas a depor ainda nesta semana. Professores e membros da direção do Carmela Dutra também serão chamados.

Até o momento, dois professores do Instituto foram afastados das salas de aulas pela Secretaria Estadual de Educação. A pasta informou que também vai abrir uma sindicância interna para apurar as denúncias. Nesta terça-feira, às 17h, o secretário de estadual de Educação, Alexandre Valle, vai estar no Instituto de Educação Carmela Dutra para acompanhar os desdobramentos e apuração do caso de assédio sexual na unidade.

Relembre o caso

De acordo com relatos de estudantes, que se reuniram em uma manifestação no Parque Madureira no dia 25 de fevereiro, professores tocam nas alunas sem permissão e fazem comentários de cunho sexual. A escola tem como norma o uso do uniforme normalista, ou seja, saia ou calça azul, meia três-quartos e blusa de botão branca. Ainda segundo as meninas, muitos abusadores usam este motivo para justificar os comentários de duplo sentido.

Nas redes sociais, ex-professores e alunos, pais, alunos apoiaram a coragem de denunciar uma situação que, segundo eles, acontecia há algum tempo. “Num ato de coragem GIGANTE, as alunas do Instituto de Educação Carmela Dutra se revoltaram contra professores assediadores”; “Essa luta já vem de anos e nunca fomos ouvidas! Força meninas!!! NOSSO UNIFORME NUNCA FOI E NUNCA SERÁ UM CONVITE!!!”

Uma ex-aluna citou também a omissão da direção da escola ao saber dos assédios que acontecem nos corredores. “Essa movimentação no Carmela foi muito importante, a próxima manifestação deveria ser na porta da secretaria de educação pra promover a retirada da direção que abafa todos os casos de assédio que acontece por anos dentro do Carmela”.

 

Crédito: O Dia

 

 

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